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Sob o comando do ex-prefeito Rogério Cruz, contrato suspenso com o Instituto Idesp foi firmado pelo então secretário de Saúde Wilson Pollara em 2024
SMS de Goiânia suspende contrato milionário da gestão anterior
16/01/2025, às 10:00 · Por Redação
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia anunciou a suspensão de mais um contrato firmado durante a gestão anterior. O convênio, avaliado em R$ 11,7 milhões, foi estabelecido com o Instituto Idesp, sediado em Palmas (TO), para a modernização administrativa da pasta. Este é o quarto contrato interrompido em 2024, juntando-se aos três já suspensos com a Áureo Laboratório, que somam R$ 118,5 milhões em repasses ao longo de quatro anos.
O contrato com o Idesp foi firmado em 19 de junho de 2024, e até o dia 14 de agosto, a entidade já havia recebido R$ 10 milhões. Segundo o portal de transparência da Prefeitura, os pagamentos foram realizados principalmente durante o período em que o então secretário Wilson Pollara estava afastado, com a execução dos repasses sob responsabilidade de Quesedes Ayres Henrique, secretário executivo e natural de Palmas, ambos indicados pelo ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade).
Apesar de o objetivo do contrato ser o desenvolvimento de um sistema tecnológico para otimizar a gestão administrativa e capacitar servidores, a SMS alega que o serviço precisa ser reavaliado. Em nota ao jornal O Popular, a secretaria afirmou que a revisão visa "ampliar a eficiência operacional, sanar possíveis irregularidades e assegurar a economicidade na administração pública".
No entanto, o Idesp, que celebra parcerias com prefeituras para a prestação de serviços médicos, divulgou pouco sobre sua atuação em Goiânia. Em suas redes sociais, a entidade destacou atendimentos oftalmológicos em Quirinópolis como o primeiro projeto realizado no estado de Goiás.
A suspensão do contrato ocorre em meio a uma crise que afetou profundamente a SMS em 2024, levando ao colapso de serviços como o Samu e ameaças de fechamento de unidades de saúde. A situação culminou em uma intervenção estadual, determinada pela Justiça em dezembro do mesmo ano. Mesmo com os pagamentos milionários ao Idesp, a gestão anterior alegava falta de recursos para serviços essenciais, incluindo a manutenção de UTIs e maternidades.
O presidente do Instituto, Júnior Queiroz, disse ao jornal O Popular que o contrato foi integralmente executado, mas não conseguiu conceder entrevista devido a dificuldades de comunicação na zona rural onde se encontrava. Outras tentativas de contato com representantes do instituto também não tiveram sucesso.
Suspensões
Além do convênio com o Idesp, a SMS suspendeu três contratos com a Áureo Laboratório, empresa que recebeu mais de R$ 118 milhões para a realização de testes de Covid-19 entre 2021 e 2024. Inicialmente avaliados em R$ 27,3 milhões, os contratos tiveram diversos aditivos que elevaram os repasses a quase cinco vezes o valor inicial. A secretaria ressaltou que continuará avaliando contratos firmados anteriormente.
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