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Goiânia, 14/01/25
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Agência Brasil

Governador Ronaldo Caiado condena decisão de Lula de participar de cerimônia de posse de líder venezuelano e relembra episódio de tensão em 2015

Caiado critica envio de embaixadora à posse de Maduro: “Enfraquece a diplomacia brasileira”

10/01/2025, às 10:55 · Por Redação

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), usou suas redes sociais nesta quinta-feira, 9, para criticar duramente a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de enviar a embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Oliveira, à posse de Nicolás Maduro. A cerimônia, marcada para esta sexta-feira, 10, formaliza o início do terceiro mandato de Maduro, que se estenderá até 2031.

Caiado classificou a decisão como um enfraquecimento da diplomacia brasileira e acusou Lula de adotar uma postura contraditória em relação à democracia. “O posicionamento de Lula em favor do ditador enfraquece a diplomacia brasileira e expõe uma certa paixão pela ditadura de um presidente que, até ontem, declarava-se amante da democracia”, declarou o governador.

A presença de Glivânia Oliveira na posse foi confirmada por fontes da diplomacia brasileira e divulgada inicialmente pelo UOL. Segundo interlocutores do governo, o objetivo seria amenizar a tensão entre Brasil e Venezuela, agravada durante os anos anteriores devido às sanções impostas ao regime de Maduro.

A leitura do Palácio do Planalto é de que o gesto reforçará o diálogo entre os dois países, mesmo diante de um cenário internacional marcado por críticas à legitimidade do governo venezuelano.

Caiado aproveitou a ocasião para lembrar um episódio vivido em 2015, durante uma tentativa frustrada de realizar uma Missão Internacional na Venezuela, que incluiu outros oito senadores brasileiros. “Fomos impedidos de sair do aeroporto por militantes armados e praticamente sequestrados dentro de uma van até nosso retorno ao Brasil”, relembrou.

Para o governador, esses acontecimentos reforçam o caráter autoritário do governo de Maduro e tornam ainda mais inaceitável qualquer sinal de apoio vindo do Brasil. Ele cobrou uma postura firme de Lula. “O governo tem a obrigação moral de cancelar esse compromisso”, afirmou.

A crítica de Caiado aconteceu poucas horas antes de María Corina Machado, líder opositora da Venezuela, ser liberada pelo Comando Nacional do país. O fato reacende debates sobre a repressão a dissidentes políticos no regime de Maduro, que tem sido amplamente denunciada por organismos internacionais.


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