Goiás intensifica monitoramento e prevenção contra dengue

Com a chegada do período chuvoso, a dengue volta a ser preocupação em Goiás. Após uma epidemia em 2024, que resultou em 397.346 notificações e 339 óbitos, o Estado está implementando medidas emergenciais para conter novos surtos da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

O secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos, destacou que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) já deu início a uma série de ações preventivas, com foco no monitoramento, capacitação de municípios e conscientização pública. “Estamos trabalhando na questão das armadilhas e distribuindo insumos para esses municípios. Também vamos iniciar a mobilização para colocar todos em alerta sobre o perigo da doença que não foi eliminada”, afirmou Rasível ao jornal Opção.

A limpeza urbana e o manejo ambiental são pontos-chave no combate à proliferação do Aedes aegypti. Segundo o secretário, cerca de 70% dos focos do mosquito estão dentro das residências, tornando a participação da população essencial. “Cidades descuidadas têm grandes chances de desenvolver uma nova epidemia. Também precisamos conscientizar a população sobre a importância de manter suas casas limpas e livres de água parada”, alertou.

Enquanto alguns municípios mantiveram serviços básicos de limpeza, em Goiânia, a falta de zeladoria adequada foi apontada como um fator de risco. “Temos que continuar os serviços de limpeza urbana e reforçar a vigilância. Estamos monitorando 10 cidades com aumento atípico de notificações e planejando uma reunião com gestores locais para alinhar estratégias de controle vetorial e manejo ambiental”, detalhou o secretário.

Embora o sistema de saúde estadual esteja preparado para atender casos de dengue, Rasível enfatizou que prevenir surtos é essencial para evitar sobrecarga nos hospitais, especialmente em regiões já afetadas por crises na saúde pública, como Goiânia e a Região Metropolitana. “Temos capacidade de atendimento, mas a prevenção é crucial para evitar infecções em massa. O controle vetorial e o manejo ambiental são as melhores armas para evitar uma nova crise sanitária”, disse.

No âmbito federal, o Ministério da Saúde ativou o Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses, com foco em antecipar medidas preventivas antes do pico sazonal da doença. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou um novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, estruturado em seis eixos principais.

O objetivo do plano é ampliar ações preventivas, preparar a rede de assistência e mitigar riscos para reduzir casos e óbitos. “Essas iniciativas reforçam o compromisso nacional com o enfrentamento dessas doenças e ajudam estados e municípios a se preparar melhor para os desafios que virão”, afirmou Nísia.

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