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DivulgaçãoCaiado jamais cogitou qualquer outra situação que não seja ser sucedido pelo emedebista no cargo e, em seguida, apoia-lo na disputa pela reeleição ao governo, em 2026
Daniel Vilela caminha para suceder Caiado e vê oposição fragilizada
09/01/2025, às 17:06 · Por Redação
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) jamais escondeu que buscou Daniel Vilela (MDB) para ocupar o posto de vice-governador, na sucessão estadual de 2022, por enxergar no jovem político o preparo intelectual e linhagem política que considerava imprescindíveis para sucedê-lo no comando do Estado. Agora, Caiado se prepara para deixar o Palácio das Esmeraldas e se lançar na disputa pela presidência da República, enquanto Vilela recebe cada vez mais atribuições para que a sucessão no governo ocorra sem qualquer sobressalto.
Em diversas entrevistas e pronunciamentos, Caiado sempre fez questão de repetir que Daniel Vilela é seu sucessor natural no comando do governo de Goiás. O governador jamais cogitou qualquer outra situação que não seja ser sucedido pelo emedebista no cargo e, em seguida, apoia-lo na disputa pela reeleição ao governo, em 2026. Essa costura, na cabeça de Caiado, e também da base governista, está resolvida há tempos. É jogo jogado.
Na disputa pela reeleição, em 2022, Caiado decidiu trocar seu vice e buscou abertamente o MDB para fortalecer sua chapa. Em negociação tabulada com o ex-governador Iris Rezende, Daniel Vilela foi anunciado como pré-candidato a vice na chapa de Caiado um ano antes da disputa. Na época, analistas ‘torceram o nariz’, afirmando que a articulação era prematura e tinha tudo para ruir. Não só não esfarelou, como saiu fortalecida com a reeleição de Caiado no primeiro turno.
Mesmo diante de uma drástica mudança no curso da política em Goiás com as mortes de Iris e de Maguito Vilela, em 2021, e com o esvaziamento exponencial da liderança do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o atual cenário é de grande calmaria. Contra a sossego, vale mencionar, apenas a ventania sempre provocada pelo bolsonarismo.
Caiado ostenta hoje uma aprovação altíssima, de mais de 80%. O governador tem definidos tanto seu projeto pessoal quanto o de sua sucessão. Assim, Daniel Vilela cumpre seu papel de vice com maestria, sem criar atritos e fortalecendo em tamanho e relevância o seu MDB – o partido elegeu 47 prefeitos e administra importantes cidades goianas como Rio Verde, Catalão e Aparecida. Com 94 prefeituras, o União Brasil de Caiado tem o maior número de prefeitos em Goiás.
Oposição
De outro lado, a oposição em Goiás divide-se entre o senador Wilder Morais (PL), que saiu enfraquecido da sucessão municipal e agora tenta superar as desconfianças, inclusive as internas, que pairam sobre a viabilidade de seu projeto de disputar o governo.
Outra fração é liderada por Marconi, que se limita em gravar vídeos para as redes sociais com ataques a Caiado que revelam mais sua aversão pessoal ao adversário do que qualquer consistência de oposição, por exemplo, na comparação entre projetos e governos. Com o PSDB em vias de ter as atividades encerradas (deve se fundir a uma legenda maior), Marconi sequer tem hoje um partido definitivo que o respalde para um novo embate em 2026.
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