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Goiás enfrenta alta de doenças respiratórias no início de 2025; óbitos por Influenza e Covid-19 somam 298
Goiás enfrenta alta de doenças respiratórias no início de 2025
04/01/2025, às 08:27 · Por Redação
O início de 2025 trouxe um alerta sobre a saúde pública em Goiás, com o aumento de casos de doenças respiratórias, viroses e surtos de doenças gastrointestinais. A superintendente de Vigilância Epidemiológica de Goiás, Flúvia Amorim, chamou atenção para o impacto das festas de final de ano, que intensificaram a disseminação de vírus respiratórios e infecções alimentares. “No Natal e Ano Novo, observamos um crescimento expressivo de casos de gripes intensas, diarreias e vômitos. Esses períodos, associados ao clima e ao comportamento social, são marcados por alta circulação de agentes infecciosos”, disse ela em entrevista ao jornal Opção.
Desde a pandemia de Covid-19, os padrões de doenças respiratórias em Goiás passaram por alterações. Se antes os picos aconteciam entre os meses frios de maio e agosto, agora eles também ocorrem no final do ano, devido às aglomerações típicas das festividades. Em dezembro, os casos graves monitorados pelo Estado revelaram predominância do vírus sincicial respiratório em crianças menores de dois anos e do vírus Influenza. Já os registros de Covid-19 foram menores, mas continuam exigindo vigilância.
Para reduzir os riscos, a recomendação é evitar aglomerações, especialmente para crianças pequenas e pessoas de grupos vulneráveis. “Os pais precisam estar atentos e evitar expor seus filhos pequenos a ambientes fechados e lotados”, reforçou Flúvia Amorim.
Outro foco de preocupação são as doenças gastrointestinais, frequentemente associadas ao consumo inadequado de alimentos durante as festas de fim de ano. Altas temperaturas e manipulação incorreta de alimentos são fatores que contribuem para a proliferação de bactérias e vírus. “Registramos surtos de doenças diarreicas no nordeste do estado entre outubro e novembro. Embora os números atuais estejam sob controle, o alerta permanece devido às condições climáticas e ao volume de eventos”, destacou Flúvia, ao orientar a necessidade de redobrar os cuidados com o preparo e armazenamento de alimentos para evitar novos surtos.
Números
Em 2024, Goiás registrou 6.869 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma redução em comparação aos 8.112 casos de 2023. Contudo, os óbitos, que somaram 668, ainda preocupam. Desses, 100 foram causados por Influenza e 198 por Covid-19. A baixa cobertura vacinal agrava o cenário. Apenas 47,45% da população acima de seis meses recebeu a vacina contra Influenza em 2024, muito aquém da meta de 95%. A adesão à vacinação contra Covid-19 também enfrenta desafios, apesar de mais de 1,1 milhão de pessoas terem completado o esquema de quatro doses.
Prevenção
Além das doenças respiratórias, a dengue e outras arboviroses permanecem como grandes desafios. A SES-GO intensificou capacitações para manejo clínico e controle do Aedes aegypti, além de promover ações preventivas como visitas domiciliares e coleta de resíduos. “Estamos preparando novas estratégias com os gestores municipais para intensificar o combate ao mosquito. Goiânia é um ponto de atenção devido aos problemas recentes na coleta de lixo e à transição de gestão”, afirmou Flúvia Amorim.
A SES reforça a importância de medidas preventivas, como a lavagem frequente das mãos, uso de álcool em gel, e evitar aglomerações e exposição desnecessária em ambientes fechados. Para aqueles que apresentarem sintomas, o atendimento médico imediato é fundamental, especialmente para crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
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