Foragido da Justiça assume mandato como vereador em Ceres

Osvaldo José Seabra Junior, conhecido como "Osvaldo Cabal", de 39 anos, tomou posse como vereador no município de Ceres, interior de Goiás, mesmo sendo alvo de um mandado de prisão preventiva. A ordem judicial foi expedida em 26 de novembro de 2024 no âmbito da Operação Ephedra, que investiga tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e posse ilegal de armas.

A posse aconteceu no dia 1º de janeiro de 2025, em cerimônia oficial da Câmara Municipal de Ceres, mas Osvaldo Cabal não compareceu ao evento principal pela manhã. De acordo com informações da Câmara, o vereador chegou ao local no período da tarde e foi empossado por volta das 15h58, após apresentar o diploma eleitoral que o tornava apto ao cargo.

A Câmara Municipal de Ceres afirmou que não recebeu notificações do Judiciário, do Ministério Público ou da polícia sobre qualquer impedimento legal para a posse de Osvaldo Cabal. Em nota, informou que, "diante da ausência de comunicação oficial, cumpriu rigorosamente o Regimento Interno e a Lei Orgânica do município".

Apesar disso, o Ministério Público Eleitoral solicitou investigações sobre o ocorrido. O promotor Pedro Furtado Schmitt Corrêa requisitou ao presidente da Câmara, Glicério Júnior, imagens das câmeras de segurança que possam comprovar como se deu a entrada de Osvaldo Cabal no prédio e sua permanência no local. Além disso, pediu acesso ao livro de posse e ao regimento interno para avaliar possíveis irregularidades no processo.

Operação Ephedra
Osvaldo Cabal é um dos investigados na Operação Ephedra, realizada pelo Ministério Público de Goiás em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal. A ação apura o tráfico de “rebites” (anfetaminas) e outras drogas, além de delitos relacionados à lavagem de dinheiro e posse ilegal de armas. Conforme o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões, o mandado de prisão preventiva contra Osvaldo segue em aberto. A Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) confirmou ao portal G1 Goiás que, até a noite de sexta-feira, 3, o vereador não havia sido preso.

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