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Goiânia, 01/05/25
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Empresária Karine Gouveia e de seu marido, Paulo César Dias, estão presos; vítimas relatam sequelas graves e permanentes

Casal acusado de deformar pacientes após procedimentos estéticos soma 60 denúncias

29/12/2024, às 18:04 · Por Redação

Subiu para 60 o número de vítimas que denunciaram deformidades e complicações após passarem por procedimentos estéticos na clínica da empresária Karine Gouveia e de seu marido, Paulo César Dias, em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), as denúncias vêm não apenas de cidades goianas e outros estados brasileiros, mas também do exterior, de pacientes que viajaram para serem atendidos.

As vítimas foram submetidas a exames no Instituto Médico Legal (IML), que confirmaram sequelas em vários casos, incluindo perda de olfato e a necessidade de múltiplas cirurgias corretivas. A clínica, que oferecia preços baixos para atrair clientes, funcionava de forma irregular, com procedimentos realizados sem condições adequadas.

O casal foi preso no dia 18 de novembro, em uma operação que também resultou na detenção de um dentista e de uma médica. Enquanto Karine e Paulo seguem temporariamente na Casa do Albergado, os outros dois envolvidos foram liberados pela Justiça. A defesa do casal argumentou que não há justificativa para a manutenção das prisões, já que as atividades da clínica estão suspensas. “Eles podem responder às acusações em liberdade sem prejuízo ao processo”, declarou a equipe jurídica em nota.

Irregularidades
A operação revelou graves irregularidades na clínica. Conforme a PC-GO, os procedimentos eram realizados por profissionais sem habilitação adequada, em ambientes que apresentavam falhas como falta de esterilização e uso de instrumentos inadequados, incluindo bisturis cegos. A Vigilância Sanitária encontrou pelo menos 18 infrações na unidade de Goiânia, enquanto a filial de Anápolis sequer possuía alvará de funcionamento ou projeto arquitetônico aprovado.

A polícia destacou ainda que Karine Gouveia não tem formação superior na área de Saúde, sendo responsável por administrar os procedimentos, enquanto Paulo César cuidava da gestão administrativa. Os crimes investigados incluem organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato. “Esses pacientes buscaram a clínica em busca de economia, mas acabaram pagando um preço muito mais alto em termos de saúde e bem-estar”, afirmou a delegada responsável pelo caso.

Vítimas
Entre as 60 denúncias já registradas, estão relatos de pacientes que sofreram deformidades permanentes. Segundo a PC-GO, os procedimentos deixaram sequelas que vão desde alterações faciais graves até complicações que necessitam de intervenções cirúrgicas contínuas. A polícia segue recebendo relatos de possíveis vítimas e reforça que novas denúncias podem surgir à medida que o caso ganha repercussão.


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