Articulação de Vitor Hugo expõe fragilidade de Wilder Morais no comando do PL

De olho na sucessão estadual de 2026, o vereador eleito de Goiânia Major Vitor Hugo (PL) articulou um encontro do vice-governador Daniel Vilela (MDB) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o encerramento das eleições municipais. A conversa pegou a cúpula estadual do PL de surpresa, que emitiu nota repudiando a atitude de Vitor Hugo. A articulação, no entanto, põe em xeque a liderança do senador Wilder Morais, que preside o PL em Goiás, diante do fracasso retumbante do partido nas eleições municipais deste ano. 

Segundo Major Vitor Hugo, a reunião foi autorizada por Bolsonaro e teve como pauta o cenário eleitoral nacional e em Goiás. O vice-governador Daniel Vilela, que deve assumir o comando do Estado em abril de 2026, é pré-candidato natural à sucessão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O grupo governista saiu fortalecido da disputa municipal, com a eleição de cerca de 200 prefeitos. Além disso, pesa também a gigantesca popularidade de Caiado, que chegou a uma aprovação de 88%, de acordo com a pesquisa Quaest divulgada há uma semana. 

Wilder Morais também já se colocou como pré-candidato ao governo de Goiás. Ao contrário de Vilela, no entanto, o projeto eleitoral do senador encontra muitos obstáculos. “Essa definição, por lei e pelo estatuto do PL, vai ser tomada em julho de 2026, na convenção. Posição individual é achar que é candidato faltando um ano e meio para isso”, alertou o próprio Vitor Hugo em declaração ao jornal O Popular. 

“Wilder não sabe nem se vai ser o presidente do PL até lá. Eu vou apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar. Eu vou apoiar para o Senado quem o Bolsonaro indicar, assim como segui as indicações dele nas eleições deste ano”, ressaltou Major Vitor Hugo indicando que no PL, em geral, as definições eleitorais são monocráticas do ex-presidente. 

A ‘fratura exposta’ no PL e a deterioração da liderança de Wilder tem como pano de fundo o resultado nas eleições municipais. O senador anunciou que o partido teria um forte desempenho e sairia fortalecido para a sucessão estadual. Porém, o desempenho ficou muito aquém do esperado. O partido elegeu 26 prefeitos, menos da metade do projetado inicialmente.

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