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Além distorção dos fatos, as declarações do tucano alimentam a falsa crença de que a população não tem memória
Marconi Perillo tenta surfar na crise da saúde pública em Goiânia
06/12/2024, às 20:09 · Por Redação
A grave crise na rede de atendimento da saúde pública municipal em Goiânia provocou o reaparecimento do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-governador surge tentando responsabilizar o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pelo colapso da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Além distorção dos fatos, as declarações do tucano alimentam a falsa crença de que a população não tem memória.
Marconi afirmou que Caiado deveria ter feito uma intervenção na administração de Rogério Cruz, ou pelo menos na gestão da saúde municipal. E lembrou que ele próprio interviu em Anápolis – em 2004, ele nomeou um interventor, cassando na prática o mandato do então prefeito Ernani de Paula.
Caiado só poderia agir em Goiânia se houvesse uma provocação legal por órgãos de controle como Ministério Público ou Tribunal de Contas e posterior decisão judicial, o que ainda não ocorreu. De ofício, o governador só poderia tomar tal decisão se o município descumprisse algumas de suas obrigações constitucionais, o que também não ocorreu. Marconi, evidentemente, conhece as atribuições do chefe do Executivo, mas tenta pegar carona se antecipando ao pedido do Ministério Público.
A iniciativa de Marconi gravar um vídeo para tentar colocar a crise na gestão em Goiânia no colo do governador tem somente viés político, soa oportunista, além de ser inoportuna diante das enormes dificuldades enfrentadas pela população, que não consegue atendimento adequado diante da falta de leitos e até de insumos básicos nas unidades municipais. Até empatia faltou ao ex-governador.
Não bastasse a tentativa equivocada de culpar Caiado, Marconi também se esquece que ele próprio comandou um governo que fracassou na gestão da saúde estadual. Até 2018, Goiás tinha pouco mais de 200 leitos de UTI, todos concentrados na Região Metropolitana. A construção do hospital de Águas Lindas se arrastou por quase duas décadas e o de Uruaçu foi entregue sem equipamentos. As duas obras foram concluídas e entregues por Caiado, que investiu na regionalização da saúde, multiplicou os leitos de UTI.
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