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Reprodução - G1 Goiás

Suspeito foi preso no Aeroporto de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul

MP-GO investiga esquema de compositores sertanejos que causou prejuízo de R$ 6 milhões

06/12/2024, às 10:41 · Por Redação

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) está investigando um esquema de crimes cibernéticos que prejudicou compositores sertanejos, principalmente residentes no estado. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 6 milhões. A operação, batizada de "Desafino", revelou que os criminosos utilizavam inteligência artificial para aplicar os golpes, que envolviam a apropriação indevida de composições e a publicação fraudulenta em plataformas digitais.

Nesta quinta-feira, 5, um suspeito foi preso preventivamente no Rio Grande do Sul, no aeroporto de Passo Fundo, após desembarcar de um voo vindo de Guarulhos (SP). Simultaneamente, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e confiscaram bens avaliados em R$ 2,3 milhões, incluindo veículos e criptomoedas.

Os promotores envolvidos classificaram o esquema como altamente sofisticado. Os criminosos utilizavam inteligência artificial para criar capas de álbuns falsas e até simular as vozes de artistas conhecidos. Documentos falsos e contas bancárias criadas em nomes fictícios ajudavam a ocultar os lucros obtidos de forma ilícita.

“A quadrilha utilizava tecnologia para enganar não apenas os compositores, mas também plataformas de streaming, apropriando-se de direitos autorais que pertenciam aos verdadeiros criadores das músicas”, detalhou o MP-GO.

O golpe afetou mais de 400 composições, muitas delas conhecidas como “guias”, que são versões preliminares de músicas. Estima-se que essas obras somem cerca de 30 milhões de visualizações nas plataformas digitais, gerando lucros que deveriam ser destinados aos compositores.

A operação foi conduzida em parceria com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) de Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Todas as medidas judiciais foram autorizadas pela 1ª Vara das Garantias da Comarca de Goiânia.

Para desvendar o esquema, o MP-GO utilizou ferramentas tecnológicas avançadas, como o software MEDI, desenvolvido pelo próprio órgão, para análise de dados e coleta de evidências digitais. “Foram meses de investigação minuciosa, que incluiu a quebra de sigilo telemático e a análise detalhada de dados cadastrais”, informou o Ministério Público.

Embora os nomes dos artistas afetados não tenham sido divulgados, sabe-se que a maioria das vítimas mora em Goiás, estado que concentra grande parte da produção de música sertaneja no país.


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