Matérias
Divulgação
Pedro Guilherme Gioia assume a SMS em meio a paralisações e crise financeira
Novo secretário de Saúde de Goiânia enfrenta crise com bloqueio de R$ 57 milhões
06/12/2024, às 10:29 · Por Redação
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia enfrenta uma grave crise após a Justiça bloquear R$ 57,3 milhões de suas contas a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Nomeado na última quarta-feira, 4, o novo secretário, Pedro Guilherme Gioia, assume o cargo em um cenário de paralisações, incluindo greve de médicos e suspensão de fornecimentos críticos, como medicamentos e oxigênio hospitalar.
"Hoje, nenhuma conta pode ser paga. O bloqueio atingiu até mesmo os recursos do financiamento de média e alta complexidade, repassados pelo Ministério da Saúde. Estamos completamente travados”, afirmou Gioia, ao detalhar o impacto da decisão.
Entre os serviços já comprometidos, estão os de limpeza e conservação das unidades, realizados pela Loc-Service, e o fornecimento de oxigênio hospitalar, pela White Martins, que notificou a SMS sobre uma dívida de R$ 1 milhão. A TransMédica, responsável pelo atendimento domiciliar (home care), também sinalizou a interrupção de suas atividades.
“O que planejávamos era um cronograma para negociar os pagamentos e retomar os serviços. Mas, com tudo bloqueado, não posso prometer pagamentos sem acesso aos recursos”, explicou Gioia.
Além disso, o fornecimento de combustível para as ambulâncias do Samu enfrenta risco de interrupção já nesta sexta-feira, 6. Segundo o secretário, a responsabilidade do contrato é da Secretaria Municipal de Administração (Semad), que, segundo Gioia, já foi acionada para evitar a paralisação.
A ameaça de greve dos médicos credenciados, prevista para a próxima segunda-feira, 9, foi parcialmente contornada com o pagamento de R$ 13 milhões referentes ao mês de novembro. No entanto, outras áreas continuam em risco, como o contrato de testagem ampliada contra a covid-19 e sistemas digitais essenciais para agentes de endemia e regulação de exames laboratoriais.
“Empresas já comunicaram que vão suspender serviços. A falta de pagamento está paralisando o sistema como um todo”, lamentou o secretário.
A Procuradoria-Geral do Município (PGM) pretende entrar com recurso judicial em até 48 horas para tentar reverter o bloqueio ou ao menos flexibilizar a decisão, permitindo o pagamento de serviços prioritários. Gioia também busca uma reunião com o MP-GO para negociar um cronograma de pagamentos.
“Precisamos regularizar os serviços para que a população não seja ainda mais prejudicada. Nossa proposta inicial é pagar as dívidas de outubro e, gradualmente, avançar para outros contratos”, explicou o secretário.
A situação, que já é crítica, evidencia os desafios da nova gestão da SMS. Para Gioia, a prioridade é evitar que o sistema de saúde municipal entre em colapso. “Sem pagamentos, não há como avançar. É urgente resolver essa questão para garantir serviços contínuos e de qualidade”.
Crise Saúde Secretário SMS Pedro Guilherme Gioia de Moraes Goiânia Goiás,