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Goiânia, 03/05/25
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Wilson Modesto Pollara já havia sido afastado antes durante a crise do Samu

Toda cúpula da Saúde da gestão Rogério é presa em operação contra pagamentos irregulares

27/11/2024, às 09:19 · Por Redação

O Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Modesto Pollara, foi preso na manhã desta quarta-feira, 27, em operação que investiga pagamentos irregulares na Prefeitura de Goiânia. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o secretário executivo e o diretor financeiro da pasta também foram presos.

A operação cumpriu três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão contra os investigados. Além de serem presos, foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três agentes públicos investigados.

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas casas dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados mais de R$ 20 mil em dinheiro.

A investigação aponta para a concessão de vantagens em contratos, causando prejuízo para a administração pública. Como também, a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Pollara já havia sido afastado por solicitação da Justiça por 45 dias em junho. O órgão alegava “má-fé” na contratação de empresas para a gestão de serviços do Samu.

Esquema impactou o atendimento à população

Conforme apurado, os envolvidos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), deixando-a com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial sem precedentes, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar, restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI, falta de inúmeros básicos, interrupção de serviços essenciais, graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais, frustração e burla deliberada à atuação dos órgãos de controle externo, além de indícios de irregularidades em diversas contratações.

Essa situação resulta em violação massiva de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde.

Os mandados estão sendo cumpridos pelo GAEPP, com apoio de 11 promotores de Justiça, servidores do MPGO, um delegado de polícia e vinte e oito policiais militares.

Nota da Prefeitura de Goiânia:

A Prefeitura de Goiânia informa que está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) no âmbito da Operação Comorbidade.

A gestão municipal reitera seu compromisso com a transparência e com a lisura na administração pública, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos.

A Prefeitura reforça que tomará todas medidas administrativas cabíveis, conforme o desdobramento das apurações.

 



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