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Goiânia, 01/05/25
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Caso ocorreu no Hospital Estadual de Trindade, onde a profissional alega ter sido vítima de abuso psicológico; Corregedoria da Polícia Civil apura os fatos

Médica denuncia intimidação e prisão após policiais exigirem prioridade em hospital

21/11/2024, às 08:41 · Por Redação

Uma médica que atua no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), na Região Metropolitana de Goiânia, denunciou ter sido intimidada e presa por policiais civis após se recusar a interromper um atendimento em andamento para priorizar a realização de um exame de corpo de delito. O caso aconteceu na noite da última segunda-feira, 18, e está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil de Goiás.

Segundo a médica, que preferiu não se identificar, os policiais entraram em seu consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. "Solicitei que aguardassem do lado de fora, mas um dos policiais se alterou, gritou comigo e colocou a mão no coldre da arma, recusando-se a sair", relatou ao portal G1 Goiás. Apesar disso, ela concluiu o exame no detento escoltado e retomou o atendimento aos demais pacientes.

Após finalizar o exame por volta das 20h40, os policiais retornaram cerca de 20 minutos depois. A médica afirma que eles a surpreenderam filmando sua conduta e, em seguida, deram voz de prisão por desacato. "Eles disseram que eu os acompanharia 'por bem ou por mal'. Me levantei e fui sem questionar, mesmo sabendo que o hospital estava cheio, com cerca de 40 pacientes aguardando atendimento", desabafou.

Conduzida à delegacia, ela teve o celular apreendido e foi informada de que estava oficialmente presa. Durante o tempo que passou no local, a profissional relatou ter sofrido pressão psicológica. Segundo seu relato, uma policial a acusou de tirar fotos escondidas e sugeriu que ela poderia ser acusada de falso testemunho caso denunciasse abuso de autoridade.

"Fiquei emocionalmente abalada. Depois de tudo, fui liberada às 23h50 e mandaram que eu chamasse um Uber para voltar ao hospital, mesmo com a chuva e o horário avançado", afirmou a médica, que não conseguiu retomar o plantão devido ao impacto emocional.

Em nota, o Hetrin lamentou o ocorrido e reafirmou o compromisso com o bem-estar de seus profissionais e usuários. "Estamos colaborando plenamente com a apuração dos fatos e seguimos empenhados em oferecer o melhor atendimento à população", declarou a unidade.

A Polícia Civil, por sua vez, informou que a Corregedoria já apura os acontecimentos e que todas as medidas cabíveis serão tomadas para elucidar o caso.

A advogada da médica, Luísa Siqueira, anunciou que entrará com uma ação contra o estado. "Vamos provar a inocência da minha cliente e buscar reparação pelos danos morais sofridos. Também faremos uma representação junto ao Ministério Público", afirmou. Luísa destacou que, em momento algum, a médica desacatou os agentes, "limitando-se a cumprir com os princípios éticos e legais de sua profissão".


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