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Goiânia, 01/05/25
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Instrutor de tiro Danilo de Castro Sahium, de 32 anos, foi morto em 21 de agosto, em Aparecida de Goiânia, por ordem do Comando Vermelho

Instrutor de tiro foi executado em Aparecida de Goiânia por ordem do Comando Vermelho

16/11/2024, às 09:27 · Por Redação

O instrutor de tiro Danilo de Castro Sahium, de 32 anos, foi morto em 21 de agosto, em Aparecida de Goiânia, por ordem do Comando Vermelho (CV). A facção acreditava que Danilo teria colaborado com a Polícia Militar ao fornecer informações que culminaram na apreensão de um carregamento de armas em 24 de julho, incluindo fuzis AK-47 e pistolas de uso restrito. O armamento, originário da República Checa, tinha como destino o Rio de Janeiro, segundo investigações que o jornal O Popular teve acesso.

De acordo com o inquérito conduzido pelo delegado Rogério Bicalho, do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), o crime foi meticulosamente planejado. Seis pessoas estão implicadas, entre elas Jackton Fabriny Freitas Medeiros, de 27 anos, apontado como quem ordenou o assassinato. Quatro adultos foram denunciados por homicídio doloso qualificado, enquanto um adolescente envolvido no caso responde separadamente.

Danilo foi emboscado por três homens encapuzados no momento em que retornava de uma fazenda. Ele havia parado em um posto de combustíveis no Setor Parque Real para buscar uma motocicleta que deixara no local. Apesar de tentar fugir, foi atingido por pelo menos 18 disparos, a maioria no peito, e morreu no local. O grupo vinha monitorando a rotina da vítima desde 27 de julho para identificar o melhor momento para atacá-lo.

Imagens de segurança captaram os criminosos descendo de um Fiat Pálio branco, armados e usando balaclavas. Caso a execução falhasse naquele dia, eles tinham um plano alternativo: a moto de Danilo estava equipada com um rastreador instalado por um dos envolvidos.

A principal suspeita do CV era de que Danilo teria contribuído para a apreensão do armamento em julho. Apesar de o inquérito não esclarecer como a vítima teria obtido essas informações, consta que ele passou a noite após a operação em um quartel da Polícia Militar por precaução. Antes do assassinato, o instrutor relatou a conhecidos que estavam usando sua foto em negociações de armas pelo WhatsApp.

Danilo também atuava no comércio de armas, inclusive para colecionadores e policiais. Um documento anexado à investigação revela que ele chegou a negociar armamento com numeração suprimida após a imposição de restrições ao setor. Além disso, as investigações apontam que os suspeitos envolvidos no planejamento do crime tinham motivações financeiras e status dentro da facção. Um deles teria recebido promessa de batismo no Comando Vermelho e rota de fuga para o Rio de Janeiro, enquanto outro recebeu R$ 1 mil para indicar a localização da vítima.

A operação policial que motivou o crime ocorreu em 24 de julho, quando Adriano Moreira Dias foi preso transportando 10 fuzis AK-47, 10 pistolas e carregadores. A abordagem foi parte de uma ação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Federal, dentro da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). Segundo as autoridades, o armamento seria redistribuído a organizações criminosas.

Embora os detalhes sobre a colaboração de Danilo na apreensão permaneçam obscuros, o inquérito sugere que ele pode ter sido identificado como informante por meio de membros da facção. A investigação também aponta possíveis conexões hierárquicas dentro do CV, mas os mandantes ainda não foram localizados. O caso está sendo analisado pela Justiça, e parte dos envolvidos já foi presa e a polícia segue com as investigações. 


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