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Goiânia, 01/05/25
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Deputado Glaustin da Fokus diz que o modelo de quatro dias semanais de trabalho "não é um bom projeto para o Brasil"

Deputados goianos se dividem em relação à PEC para o fim da jornada 6x1

13/11/2024, às 12:11 · Por Redação

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a jornada de seis dias trabalhados por um de folga tem enfrentado forte resistência entre os deputados federais de Goiás. Com apenas dois parlamentares goianos favoráveis, a maioria da bancada alega que a medida, além de economicamente inviável, pode resultar em aumento de custos para empresas e desemprego. A PEC precisa ainda de mais 30 assinaturas para atingir o mínimo necessário de 171, permitindo sua tramitação e propondo uma nova escala de quatro dias de trabalho por semana, em regime de 36 horas.

De acordo com levantamento do jornal O Popular, ao menos seis deputados de Goiás se posicionaram contra a medida, enquanto três permanecem indecisos, aguardando maior aprofundamento sobre os impactos econômicos e a resposta de suas bancadas partidárias. Os únicos apoios declarados vêm dos petistas Adriana Accorsi e Rubens Otoni.

Para os parlamentares contrários, o projeto, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), parece irrealista. O deputado Glaustin da Fokus (Podemos) foi enfático ao dizer que o modelo de quatro dias semanais de trabalho "não é um bom projeto para o Brasil", especialmente em um contexto que exige produtividade e aumento de receita. "É claro que é bom descansar mais, mas temos responsabilidades e essa PEC vai na contramão da necessidade de produzir".

A deputada Marussa Boldrin (MDB) avalia que a PEC representa uma “situação impraticável”, ao destacar que as empresas, para manter a viabilidade econômica, teriam que repassar custos ao consumidor, encarecendo produtos e aumentando o desemprego. Ela acrescenta que, se houver interesse em reduzir a carga de trabalho, deveria haver também uma discussão sobre a diminuição de tributos. “Temos que ter responsabilidade e evitar propostas populistas”, completa Marussa.

Com o aumento da pressão popular, deputados como Zacharias Calil (União Brasil) afirmam receber mensagens diárias de eleitores a favor da PEC. Apesar disso, Calil considera que a proposta é mais apropriada para ser discutida em convenções e acordos coletivos do que via emenda constitucional. Ele expressa preocupação sobre o impacto nas empresas e, consequentemente, na economia do país: "É uma questão muito complicada e que exige responsabilidade".

Além de Calil, os deputados Ismael Alexandrino (PSD), Gustavo Gayer (PL) e Daniel Agrobom (PL) também antecipam voto contrário, enquanto José Nelto (UB), Célio Silveira (MDB) e Lêda Borges (PSDB) ainda não se posicionaram definitivamente. Nelto ressalta a cautela necessária. “Espero minha bancada definir, mas isso é sério e não vamos quebrar a economia brasileira”.

Entre os favoráveis, Rubens Otoni defende que a mudança representa uma "tendência mundial", ao afirmar que a melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores aumenta a produtividade. O parlamentar acredita que os custos da medida devem ser vistos como investimento. Adriana Accorsi concorda e destaca que onde foi testado, o modelo de trabalho flexível trouxe bons resultados e produtividade superior.

A autora da PEC, Erika Hilton, disse em entrevista à CBN Goiânia estar confiante em alcançar as assinaturas necessárias para tramitação e acredita no diálogo para aprimorar o projeto. “O texto está aberto a ajustes para que contemple melhor os interesses da sociedade como um todo”, declarou.


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