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Fred assumiu diretoria que era reservada para pessoas formadas e assinou dizendo que era advogado
Fred Rodrigues é acusado de fraude em declaração de diploma e ocupação de cargo público
24/10/2024, às 10:49 · Por Redação
O candidato à Prefeitura de Goiânia Fred Rodrigues (PL), que já enfrentava questionamentos sobre sua formação acadêmica, agora está envolvido em nova polêmica. Após a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) confirmar que ele não concluiu o curso de Direito, surgiram indícios de que Fred ocupou um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que exige diploma de nível superior. A denúncia veio à tona após a divulgação da ficha cadastral do candidato, assinada em janeiro deste ano.
Na quarta-feira, 23, a PUC Goiás declarou que Fred Rodrigues não completou o curso de Direito, contrariando informações apresentadas anteriormente à Justiça Eleitoral. No entanto, a situação se agravou com a revelação de que Fred teria utilizado essa mesma informação para ocupar o cargo de Diretor de Promoção de Mídias Sociais na Alego, com salário mensal bruto de R$ 21.379, função que exige formação superior comprovada.
A ficha funcional de Fred, assinada em 1º de janeiro de 2024, apresenta declarações que agora são alvo de apuração. Nela, consta que Fred teria concluído o curso de Direito pela PUC Goiás em 2010 — dado que a universidade e a própria campanha eleitoral do candidato desmentiu. A ficha, assinada logo após a cassação de seu mandato como deputado estadual, também traz um compromisso do candidato de que todas as informações fornecidas são “verdadeiras”.
Curiosamente, embora o cargo ocupado por Fred exija diploma de curso superior, a ficha cadastral não menciona a apresentação obrigatória do documento. Essa omissão gerou dúvidas sobre se um diploma foi efetivamente apresentado, e, em caso afirmativo, se seria legítimo.
Após a revelação, Fred gravou um vídeo nas redes sociais, ironizando a situação e atribuindo o episódio a um erro no preenchimento dos documentos eleitorais. O mesmo argumento foi usado anteriormente para justificar outra inconsistência, quando seu estado civil foi registrado como "solteiro" nas informações fornecidas à Justiça Eleitoral, apesar de ele ter se apresentado como casado durante a campanha.
A declaração de escolaridade na ficha da Alego, contudo, é ainda mais grave, já que envolve a ocupação de um cargo público que exige formação superior. O presidente da Assembleia, deputado Bruno Peixoto (UB), anunciou que o caso foi encaminhado à Procuradoria-Geral da Alego para "apuração e providências". A informação foi divulgada pelo jornal O Popular.
Além das investigações na Alego, Fred Rodrigues também buscou corrigir a informação junto à Justiça Eleitoral. Sua assessoria jurídica apresentou um pedido para alterar sua escolaridade nos registros eleitorais, passando de "curso superior completo" para "superior incompleto". O juiz Fernando César Rodrigues Salgado, da 136ª Zona Eleitoral de Goiânia, aceitou a alteração com base na Resolução TSE nº 23.609/19, que permite correções relacionadas à prova de alfabetização dos candidatos.
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