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Gusttavo Lima deixou o País horas antes da decretação da prisão, aponta investigação; cantor sertanejo é investigado por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e jogos de azar
Gusttavo Lima deixou o País horas antes da decretação da prisão, aponta investigação
24/09/2024, às 09:17 · Por Redação
O cantor Gusttavo Lima deixou o Brasil nas primeiras horas da segunda-feira, 23, em um jatinho particular, horas antes de sua prisão preventiva ser decretada pela Justiça. A saída foi confirmada pela Polícia Federal à Polícia Civil, conforme revelado pela coluna Segurança. O artista está sendo investigado por suposto envolvimento em uma organização criminosa voltada para a prática de jogos de azar e lavagem de dinheiro.
Gusttavo Lima teria decolado de um aeroporto em São Paulo, após realizar um show no interior paulista no domingo, 22, e fazer aparições no Rock in Rio. Especula-se que ele tenha seguido para Miami, onde recentemente adquiriu uma propriedade. "Ele tem vários aviões, jatos. Estamos tentando identificar para onde foi," afirmou uma fonte policial.
A prisão preventiva foi decretada pela juíza Andréa Calado da Cruz, com base em novos elementos surgidos na Operação Integration, a mesma que resultou na prisão de Deolane Bezerra e investiga crimes de lavagem de dinheiro e a operação de jogos de azar. Segundo as autoridades, a defesa de Gusttavo Lima e o próprio cantor teriam sido informados sobre o mandado de prisão emitido pela Polícia Civil de Pernambuco.
A investigação aponta que o sertanejo estaria envolvido em movimentações financeiras suspeitas, incluindo a venda de um jato para a empresa de apostas Vai de Bet, que pertence aos empresários José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha, ambos foragidos da Justiça e sócios de Lima em 25% da empresa. Além disso, o cantor é acusado de "dar guarida" aos investigados durante viagens internacionais recentes.
A empresa de Gusttavo Lima, Balada Eventos e Produções, também é mencionada na decisão judicial por envolvimento direto com o ocultamento de recursos ilícitos provenientes dos jogos de azar. A juíza destacou a movimentação de valores milionários entre as empresas do cantor e a HSF Entretenimento Promoção de Eventos, que totalizaram mais de R$ 22 milhões.
A investigação apura ainda a remessa de quantias significativas em transferências bancárias, incluindo a utilização do sistema PIX, para a empresa GSA Empreendimentos e Participações, também de propriedade de Gusttavo Lima. Entre os valores identificados estão R$ 5,75 milhões, divididos em 14 transferências, além de R$ 200 mil em uma única transação.
A juíza Andréa Calado também mencionou que a relação entre Gusttavo Lima e os foragidos apresenta "características espúrias e duvidosas", o que agrava a suspeita de envolvimento do cantor nas atividades ilegais investigadas. "Ao dar guarida a foragidos, o cantor demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça", afirmou a magistrada.
Em nota, a defesa de Gusttavo Lima declarou que "as medidas cabíveis já estão sendo adotadas" e que a decisão judicial é "contrária aos fatos já esclarecidos". Os advogados afirmam que a inocência do cantor será comprovada e que ele "jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento jurídico do país". Além disso, a defesa ressaltou que o processo corre em segredo de Justiça e que eventuais violações ao sigilo serão alvo de responsabilização legal. A Polícia Federal segue investigando o paradeiro do cantor, enquanto a polícia busca confirmar se ele realmente viajou para os Estados Unidos.
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