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Goiânia, 02/07/25
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Categoria se organiza para julgamento de ação que pode exigir licitação de áreas públicas onde pit dogs operam

Donos de pit dogs se mobilizam em Goiânia contra licitação proposta pelo MP-GO

18/09/2024, às 11:06 · Por Redação

Os donos de pit dogs de Goiânia estão em alerta e se mobilizam para acompanhar o julgamento de uma ação civil pública (ACP), movida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que pode transformar a maneira como esses estabelecimentos ocupam áreas públicas da cidade. A ação, que será julgada no próximo dia 24, às 10h, pede que os pit dogs, localizados principalmente em praças e calçadas, sejam submetidos a um processo de licitação. A proposta vem gerando tensão entre os comerciantes, que há décadas operam nesses espaços e alegam que a medida pode inviabilizar seus negócios.

De acordo com o MP-GO, a necessidade de uma licitação visa ordenar o uso de bens públicos, como as praças, e garantir que a ocupação desses locais seja feita de maneira regular e transparente. O órgão destaca, desde 2017, que muitos dos pit dogs causam impactos negativos, como a obstrução de calçadas, poluição sonora, problemas de mobilidade, além de aumentarem a incidência de furtos e acidentes nas áreas ao redor. 

No entanto, os donos de pit dogs, muitos dos quais estão estabelecidos há mais de 50 anos em Goiânia, defendem que a licitação seria prejudicial para negócios já consolidados, que geram cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos. “São mais de 1.600 proprietários, como eu, que já estavam aqui quando a lei foi implementada. E a lei não pode retroagir para prejudicar”, argumenta Ademildo Godoi, presidente afastado do SindPitdog e candidato a vereador, que está à frente da mobilização da categoria.

Godoi afirma que os donos de pit dogs concordam com a regularização da atividade, desde que os pontos já ocupados sejam mantidos. A proposta da categoria, que já foi aprovada pela Câmara Municipal, prevê a regularização dos estabelecimentos existentes e a exigência de licitação apenas para novos pontos. “O problema é que, apesar da aprovação na Câmara, a Prefeitura não renovou as autorizações de uso, devido à ação em curso”, explica Godoi.

Em 2018, a Prefeitura de Goiânia chegou a remover pit dogs irregulares, afirmando que cerca de 70% estavam em situação ilegal. Após protestos da categoria, a remoção foi suspensa, e uma comissão foi criada para estudar a regularização do serviço. A atividade dos pit dogs ganhou ainda mais relevância em 2021, quando foi reconhecida como patrimônio cultural e imaterial de Goiânia.

O primeiro pit dog da cidade foi criado em 1972, na Rua 7, no Centro, pelos irmãos Jacob e Jorge Rassi, que trouxeram a ideia do Paraná. Inicialmente batizado de "Piti Dog", o estabelecimento deu origem a um modelo de negócio que rapidamente se espalhou por Goiânia, se tornando um símbolo da cultura local. No entanto, apesar do sucesso, os irmãos Rassi não registraram a marca, o que permitiu que o nome "pit dog" se popularizasse sem proteção legal.


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