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Empresa alega que não vê caminho legal para a revogação da concessão formalizada em 2016

Enel diz que herdou Celg em situação 'precária' e que não vê base para o fim da concessão

28/11/2019, às 17:15 · Por Pedro Lopes

Mais um novo capítulo da queda de braço entre o Governo de Goiás e a Enel invadiu as páginas dos jornais nesta semana. Em comunicado oficial, a empresa italiana afirmou que não vê fundamento para a cassação da concessão da distribuição de energia elétrica, uma vez que o governador Ronaldo Caiado (DEM) quer anular a privatização por eventual má prestação do serviço no Estado. 

A Enel considerou "infundada" a proposta para sustar o contrato firmado com a União em 2016, quando Goiás era comandado por Marconi Perillo (PSDB). O grupo afirmou ainda que ao assumir a então Companhia Energética de Goiás (Celg-D), "herdou uma rede elétrica em situação precária, após 10 anos de falta de investimentos da gestão estatal".

O CEO global da Enel, Francesco Starace, disse nessa quarta-feira (27) que a Enel Goiás vem recebendo investimentos 3,5 vezes maiores que o previsto desde que a empresa assumiu a concessionária, em fevereiro de 2017. "Não é algo que possa se consertar em meses", afirmou Starace durante o evento Enel Capital Markets Day, que ocorreu na Itália. 

Com relação à investida de Caiado para caçar o contrato de concessão com a companhia, o executivo disse acreditar que o governador está no seu papel de pressionar por melhores investimentos. “E estamos com foco em trabalhar para Goiás”, avisou. Enquanto isso, Caiado segue afirmando que o abastecimento irregular de energia no Estado tem prejudicado a economia e afastado investimentos. 

O governador, inclusive, prometeu assinar um projeto em tramitação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que propõe a rescisão do contrato com a empresa. "A sanção será na porta da Enel. E vou receber todos os goianos que vierem trazer os prejuízos que sofreram e não foram ressarcidos desde 2017 até agora", ameaçou, em entrevista ao Valor.



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