Ana Paula Rezende considera possibilidade de candidatatura a deputada estadual em 2026

Ana Paula Rezende Machado Craveiro (MDB), advogada e empresária, filha do ex-governador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, anunciou que irá disputar mandato de deputada estadual em 2026. Em entrevista ao Diário de Goiás nesta terça-feira, 21, ela descartou qualquer candidatura nas eleições de 2024. Ela explicou preferência por construir sua própria trajetória política em vez de depender do legado do pai.

Durante a entrevista, Ana Paula revelou ter sido procurada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) em duas ocasiões, que a incentivou a disputar cargos majoritários ou até mesmo uma vaga na Câmara Municipal de Goiânia. “Há uns dois meses, quando o governador chamou novamente, ele retomou o assunto e disse que estaria ao meu lado. Mesmo assim, com essa garantia, se não dá certo, quem sai perdendo é o povo, são milhares de pessoas. Eu não sou meu pai. Tenho que construir meu caminho. As pessoas têm que me conhecer primeiro”, refletiu Ana Paula.

Planejamento para 2026
Ana Paula destacou que sua decisão de se candidatar em 2026 foi tomada após profunda reflexão sobre seu papel na política. “Quero construir meu caminho. Quero estar presente. Já estou na política desde o dia em que nasci. Não tive nem tenho outro ambiente. Me sinto bem nesse mundo, aprendi a gostar dele. Sei que meu caminho não é agora. Não estou preparada agora, mas não me impede de ser candidata daqui a dois anos”, afirmou, confirmando sua intenção de concorrer a deputada estadual.

Ela também mencionou a possibilidade de se dedicar a outras formas de contribuição política, como preservar o legado de seu pai. “Pode ser que eu descubra que meu caminho não seja um mandato. Seja apenas levar a história do meu pai, construir o memorial para ele, criar o Instituto Iris Rezende, sem depender de governo, de câmara”, ponderou.

Comparações com a Gestão de Iris
Ao ser questionada sobre as comparações feitas pelo atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), que alegou ter feito mais obras de recapeamento do que Iris Rezende, Ana Paula preferiu não confrontar diretamente, mas deixou clara sua posição. “Quem tem que fazer essas comparações é o povo. Cabe a elas analisarem e refletirem. O eleitor tem muita responsabilidade de colocar as pessoas nos locais. Elas precisam entender a importância de um político, de um candidato a vice, por exemplo. O que seria de Goiás se não fosse um político que transformou o estado? Goiânia é a única capital que não tem favelas. Ele [Iris] pensou isso desde a década de 1960. O eleitor pode escolher um político que gera grandes desenvolvimentos ou que gera grandes atrasos. As pessoas precisam pesquisar, refletir”, disse.

Ana Paula acredita que a falta de experiência de Rogério Cruz influenciou em sua gestão. “Ele não estava preparado para uma missão tão grande. Comparações não cabem a mim. A comparação maior foi a história do meu pai, o que ele deixou em mais de 70 anos de vida pública. As gestões dele serão um grande exemplo e não vejo quem seja capaz de falar contra a história dele. As pessoas não vão aceitar isso. A marca dele é muito maior e mais profunda”, completou.

Sucessão Política
Ao ser questionada sobre a ausência de um sucessor natural para Iris Rezende, Ana Paula argumentou que, embora seu pai tenha sido um grande professor e dado oportunidades a muitos, a falta de vocação política foi um fator determinante. “A primeira coisa, é ter vocação. E vocação política significa gostar de gente, ter um ideal. Na família ele nunca nos incentivou para a política e nunca passou pela minha cabeça entrar porque eu gostava era de estar com ele”, explicou.

Ela finalizou ressaltando a singularidade da trajetória de seu pai. “Desconheço a história de um político que tenha finalizado a carreira por decisão própria cercado de pessoas pedindo para ele continuar. Ele nunca perdeu uma eleição para adversários, só para o poder econômico”, concluiu.

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