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Hematomas no corpo de major da PM após curso do Bope em Hidrolândia

Militares são denunciados por tentativa de homicídio após torturar major da PM em curso do Bope

14/05/2024, às 12:41 · Por Redação

Um major da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) foi submetido a tortura e quase morte durante um curso do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Goiás, revela documento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Os policiais militares envolvidos no caso, que ocorreu em outubro de 2021, tentaram ocultar o estado do oficial à família, alegando que ele estava internado por Covid-19. 

O MPGO denunciou sete policiais militares pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio qualificado contra o major após investigação da Corregedoria da PM-GO. O curso, iniciado em 13 de outubro de 2021, na fazenda em Hidrolândia, teve os alunos, incluindo o major, submetidos a um percurso desgastante de 16km, enfrentando diversos desafios físicos e psicológicos. “Todos compartilhavam do mesmo objetivo: pressionar o ofendido (major) a se desligar do curso, especialmente devido à sua posição como o oficial mais graduado entre os alunos”, diz o MP-GO no documento.

Durante três dias, o major foi alvo de agressões brutais, incluindo tapas no rosto, afogamento e golpes com varas e cordas. O objetivo, segundo a denúncia, era forçar o oficial a desistir do curso. Mesmo após ser levado a um hospital, a situação do major foi mantida em segredo. Os policiais envolvidos chegaram a tentar obter o prontuário médico do oficial e alegaram que ele estava com Covid-19, buscando ocultar os fatos e impedir que a família fosse informada sobre seu estado crítico. 

“Certos de que o estado de saúde do major havia atingido níveis críticos e que, por certo, ele não se recuperaria, preferiram aguardar até o seu esperado falecimento, quando poderiam entregar o seu corpo em um caixão lacrado à família, alegando a contaminação pela Covid e impedindo que os fatos viessem à tona e fossem investigados”, diz o documento do MP.

O major, que sofreu graves lesões físicas e emocionais, continua enfrentando sequelas e passa por tratamentos intensivos. Atualmente, ele faz intensa fisioterapia pulmonar e motora, mas ainda enfrenta sequelas renais, teve perda de força nos braços e pernas, também sofre com formigamento e choques no corpo. Fora isso, segundo o Ministério Público, o major ainda lida com um grande trauma emocional causado pelo sentimento de impunidade e “desprezo” de seus companheiros de farda. O documento diz que ele “nunca mais foi o mesmo”.

O MP-GO pede o afastamento dos policiais denunciados e a devida punição pelos crimes cometidos contra o oficial.


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