Livro ‘O Avesso da Pele’ retorna às escolas de Goiás após polêmica

Após ser recolhido em março deste ano em meio a uma polêmica sobre seu conteúdo, o livro “O Avesso da Pele” foi reintegrado às escolas de Goiás e do Paraná neste último final de semana. A obra, que aborda temas sensíveis como racismo e violência, foi adquirida em 2022 pelo Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão de disponibilizar novamente o livro foi anunciada pela Companhia das Letras, editora responsável pela obra, em suas redes sociais. A empresa havia entrado com um mandado de segurança na Justiça para impedir o recolhimento dos exemplares no Paraná. "Felizmente, as secretarias estaduais de educação reconsideraram a decisão e o livro voltou a estar disponível para os alunos do ensino médio", destacou a editora em comunicado divulgado no Instagram.

A discussão em torno do livro teve início em 1º de março, quando a diretora da escola Ernesto Alves, no Rio Grande do Sul, Janaina Verizon, solicitou o recolhimento da obra, alegando que alguns trechos continham cenas de teor sexual e violavam o Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa ação provocou um debate sobre a liberdade de expressão e o papel da literatura na educação.

O autor da obra, Jeferson Tenório, defendeu veementemente seu livro, argumentando que as passagens consideradas controversas eram menos preocupantes do que os temas centrais tratados, como racismo, violência policial e morte de pessoas negras. O livro, vencedor do Prêmio Jabuti de romance literário em 2021 e selecionado pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE), registrou um aumento de 400% nas vendas após o episódio.

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Livro O Avesso da Pele Companhia das Letras Goiás,