Casos de tuberculose têm aumento de quase 30% em Goiás

Os casos de tuberculose tiveram crescimento de 29,4% entre 2020 e 2023 em Goiás. No ano passado, foram registrados 1,2 mil casos, uma média de três casos por dia da doença que é transmitida pelo ar. Especialista alerta que a virulência da tuberculose associada ao diagnóstico tardio faz crescer a chance de óbitos. Em 2023, 91 pessoas foram vítimas da doença em Goiás.

O número de casos de tuberculose no estado tem apresentado crescimento sustentado nos últimos quatro anos. Em 2024, até fevereiro, foram notificados 90 casos da doença e nenhuma morte foi registrada. No ano passado, a letalidade da doença, que é a razão entre as mortes e os casos multiplicada por 100, foi de 7,5. Em 2022, o ano que teve a maior quantidade total de óbitos do período, a letalidade chegou a 9,8.

“É uma doença que está associada a uma alta letalidade. Tem alta virulência”, comenta João Victor Coriolano, infectologista responsável pelo ambulatório de novos casos de tuberculose do Hospital de Doenças Tropicais (HDT). Nesse sentido, Coriolano destaca que a bactéria costuma circular entre pessoas mais vulneráveis. “Pessoas privadas de liberdade”, exemplifica. O infectologista aponta que portadores de algumas comorbidades estão mais suscetíveis à tuberculose. “Diabéticos, pessoas vivendo com HIV e doentes renais crônicos, por exemplo.”

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG), que permite a prevenção de formas graves da tuberculose em crianças. A aplicação da vacina de dose única é indicada até 5 anos de idade. “A função dela é prevenir casos como a tuberculose no sistema nervoso central”, pontua Coriolano.

A meta de cobertura vacinal da BCG é de 90%. A última vez que isso aconteceu em Goiás foi em 2018 (93,5%). Em 2022, de acordo com as últimas informações do Datasus, a cobertura foi de 79,6%. 

---

Tuberculose SUS