Caiado defende expulsão de Luciano Bivar em reunião do União Brasil

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, endossou nesta quarta-feira (13/03), durante reunião da executiva nacional do União Brasil, em Brasília, a decisão de abrir processo de expulsão de Luciano Bivar. Caiado participou de reunião com outros governadores, deputados, senadores e prefeitos do partido. O colegiado aprovou por unanimidade o recebimento de denúncia que pede o afastamento de Bivar, atual presidente da sigla. Com a decisão, foi iniciado o processo de expulsão, após uma sequência de crises internas com ameaças e suspeita de crimes violentos. “Partido não é propriedade particular de ninguém”, ressaltou o governador durante coletiva de imprensa.  

Enfático no quesito de que o afastamento é imprescindível para que o UB retome seu “leito normal” de representatividade, Caiado relata que a conduta de Luciano Bivar não é condizente com o cargo e demonstra intenção de imposição de vontade individual, em sobreposição às decisões partidárias. “Não tem condições morais e nem éticas para estar aqui, representando uma classe política que é formada por parlamentares, governadores, prefeitos, vereadores sérios que discutem política, são referência no nosso país”, assinalou.

Para Caiado, a situação requer uma resposta dos órgãos competentes para assegurar o exercício de partidarismo dentro da democracia. “Isto não é só um problema do partido. As autoridades, o Poder Judiciário, devem garantir a livre autonomia dos partidos políticos, que é uma prerrogativa constitucional”, acrescentou ao ressaltar que a situação é sem precedentes. “Com a minha experiência de vida, nunca vi nada parecido”, frisou. “A vida inteira me submeti ao resultado dos votos. Sempre fui de debate, sempre fui presente nos grandes momentos de discussão, mas jamais tomei uma posição contrária que não fosse a do voto”, acrescentou.

Bivar, que é deputado federal por Pernambuco, tem mandato até o último dia de maio. Porém, nos últimos meses passou a ficar isolado na sigla. Há duas semanas, perdeu a eleição do comando da legenda para o advogado e empresário Antônio Rueda. O embate chegou ao ápice quando, nesta semana, o conflito partidário virou caso de polícia. Rueda acusa Bivar de ter feito ameaças de morte e, desde terça-feira (11/03), seus advogados alegam que há suspeitas de que ele teria incendiado a sua casa de praia em Pernambuco, bem como a de sua irmã, Maria Emília Rueda, tesoureira da sigla.

Tramitação

Após aprovação do recebimento da representação, o secretário-geral do partido, Antônio Carlos Magalhães Neto, abriu prazo de 72 horas para manifestação do representado. Depois disso, o relator do caso proferirá seu voto, que será submetido ao plenário por votação secreta ou por aclamação. Então, Bivar terá novo prazo de cinco dias para defesa, com decisão final no prazo de até 60 dias. O denunciado não compareceu à reunião, tendo permanecido em Recife (Pernambuco).

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