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Goiânia, 29/05/24
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Justiça alemã determina indenização para Kátyna Baía e Jeanne Paolini, detidas por 38 dias sob falsa acusação de tráfico de drogas em Frankfurt. Cada uma terá direito, no mínimo, a mais de R$ 15 mil

Goianas injustamente presas por tráfico na Alemanha serão indenizadas

05/03/2024, às 09:18 · Por Redação

A Justiça da Alemanha decidiu que as goianas Kátyna Baía e Jeanne Paolini serão indenizadas pelo estado de Hessen após permanecerem 38 dias detidas em Frankfurt sob a injusta acusação de transportar 40 kg de cocaína. A decisão, que reconheceu a inocência das brasileiras, estabelece que cada uma terá direito, no mínimo, a 75 euros por dia de prisão injusta, totalizando aproximadamente R$ 15,3 mil, considerando a cotação atual.

O casal foi preso em 5 de março do ano passado, durante uma viagem de férias de 20 dias pela Europa, passando por Alemanha, Bélgica e Holanda. A acusação de tráfico de drogas surgiu após malas com 20 kg de cocaína cada serem apreendidas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A Polícia Federal brasileira, responsável pela investigação, confirmou que as malas não pertenciam às brasileiras, que tiveram as etiquetas trocadas durante a escala em Guarulhos.

A advogada Chayane Kuss de Souza, representante das brasileiras na Alemanha, destacou que a segunda parte do processo discutirá os valores exatos da indenização. A legislação local prevê um pagamento mínimo de 75 euros por dia de prisão injusta. A defensora acredita que o Ministério Público não irá recorrer da decisão, uma vez que os promotores já consideraram as brasileiras inocentes e solicitaram o arquivamento das investigações.

O inquérito que apontou a inocência de Kátyna e Jeanne incluiu evidências, como imagens, que comprovaram a troca de etiquetas nas malas das brasileiras no aeroporto de Guarulhos. As imagens mostraram a discrepância entre as bagagens das goianas e aquelas que foram apreendidas com a droga em Frankfurt.

O caso das goianas fez parte da Operação Iraúna, conduzida pela Polícia Federal em Goiás, que resultou na prisão de seis suspeitos envolvidos em esquema de troca de etiquetas de bagagens para enviar drogas ao exterior. O método consiste em retirar aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e colocá-las em malas que contêm drogas, e há suspeitas de ligação com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

Esse episódio se assemelha a outro caso recente envolvendo o casal líbio-brasileiro Ahmed Hasan e Malak Hasan, presos na Turquia sob suspeita de tráfico de cocaína. A defesa alega que foram vítimas da mesma prática criminosa de troca de etiquetas no Aeroporto de Guarulhos. Os advogados do casal pretendem recorrer da decisão da Justiça turca.


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