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Iris de Araújo morreu em 21 de fevereiro de 2023, aos 79 anos, vítima de complicações de doenças pulmonares prévias

1 ano sem Dona Iris: em artigo, Ana Paula presta homenagem à mãe

21/02/2024, às 10:18 · Por Redação

A passagem de um ano da morte da ex-deputada Iris de Araújo nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, foi lembrada por uma das filhas, Ana Paula Rezende, em artigo publicado em O Popular. No texto, ela ressalta a trajetória construída pela mãe em mais de 50 anos de vida pública ao lado de Iris Rezende, ex-governador e ex-prefeito de Goiânia.

“Minha mãe percorreu a vida política de Goiás e do País com passos firmes, fazendo seu próprio caminho”, destacou Ana Paula.

“Na luta pelo fim da ditadura, sua voz ecoou junto com as vozes de grandes e fundamentais líderes, como seu marido. E foi vencedora, junto com os goianos, os brasileiros. Fazendo sua parte nas realizações que imprimiram modernidade e desenvolvimento ao Estado, ao lado do marido, ela se destacou e ganhou projeção no País”.

Iris de Araújo morreu em 21 de fevereiro de 2023, aos 79 anos, vítima de complicações de doenças pulmonares prévias.

Leia a íntegra do artigo publicado por Ana Paula Rezende, em O Popular:

Iris de Araújo, que bom ser

Meus irmãos e eu temos Iris em dobro no coração. Corre em nossas veias duas vezes Iris. E se multiplicam em nós, nos nossos gestos e ações, a herança humana e política que eles nos inspiram e a todos que se sentem vivos com o que a história que, juntos, construíram. Hoje é dia de homenagear a Iris de Araújo, minha mãe, esposa do outro Iris, o Rezende. A história dos dois é terna e eterna, e a de cada um, inspiradoras.

Minha mãe percorreu a vida política de Goiás e do País com passos firmes, fazendo seu próprio caminho. Quando casou-se, assumiu de imediato a missão de liderar transformações marcantes na vida dos goianienses, como uma primeira-dama ativa, jamais acomodada. Desde os primeiros dias, além de nossa gestação, ela carregou no colo o florescimento de uma Goiânia, no final dos anos 60, mais mutirão e mais coração do povo. O jeito Iris era seu jeito de ser.

Na luta pelo fim da ditadura, sua voz ecoou junto com as vozes de grandes e fundamentais líderes, como seu marido. E foi vencedora, junto com os goianos, os brasileiros. Fazendo sua parte nas realizações que imprimiram modernidade e desenvolvimento ao Estado, ao lado do marido, ela se destacou e ganhou projeção no País. Foi suplente de senadora, senadora, deputada federal, presidente nacional do PMDB, candidata a vice-presidente da República em 1994.

Sinto falta da minha mãe. Mas sei que mais falta sente nosso País de sua audácia, sua coragem, seu destemor diante dos desafios. Microfone em uma mão, a outra levantada chamando o povo e clamando aos céus, a voz rouca, andando e discursando de forma inflamada em meio às pessoas, essa era a Iris de Araújo, da Dona Iris que encantava aos que a viam plena na defesa de suas ideias e na luta por todos. Minha mãe não se calava, não se deixava calar. Tinha brilho próprio e espalhava luz.

Em casa, era uma esposa atenta, uma mãe que não nos faltava, e uma avó apaixonada. Gostava de cozinhar. E tinha mão boa. Chegou a criar um programa de TV, o Cozinhando com Dona Iris, para ensinar receitas e mostrar o prazer que tinha entre as panelas. Inquieta, nem quando precisou ficar reclusa, por conta de sua saúde, se acomodava. Insistia em cozinhar, mas também em se informar sobre os acontecimentos no estado e no país, e se posicionar. Não era política de mandato: era o tempo todo, a vida inteira.

Mãe, que bom ser. Esta frase, que usou um dia para homenagear as mães, cabe-lhe com perfeição. E cabe a nós, seus filhos e netos: Iris, que bom ser. Que bom ser o retrato de uma mulher que tem história pra gente contar. Que bom ser esta que nos legou uma herança de orgulho e alegrias. Quem bom ser e estar neste mundo com o exemplo de Iris, a Dona Iris, e os ensinamentos de Iris Rezende, nossos Iris que fazem de Goiânia, de Goiás e do Brasil um lugar melhor pra se viver. A Iris que eu sou e o Iris que quero ser.


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