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Goiânia, 29/05/24
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Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra Hellen Matias

Dentista vira ré por deformar pacientes com cirurgias estéticas

18/02/2024, às 09:46 · Por Redação

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) recebeu a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra a dentista Hellen Matias, que agora se tornou ré por deformar pacientes em cirurgias estéticas. Com presença online, a odontóloga, que possui mais de 650 mil seguidores em suas redes sociais, é acusada de práticas criminosas no exercício de sua profissão.

Advogados que representam Hellen, Caroline Arantes, Thaís Canedo e Vinicius Xingo, afirmaram em nota ao portal G1 Goiás que o processo está em sua fase inicial com o recebimento da denúncia. Destacaram que este é o momento em que a defesa terá a oportunidade de evidenciar que a cirurgiã-dentista possui a capacidade necessária para realizar todos os procedimentos em questão.

A denúncia, recebida pelo juiz Carlos Gustavo de Morais em 15 de fevereiro, envolve uma série de crimes imputados à profissional. Dentre eles, estão o exercício ilegal da profissão de cirurgião-dentista, execução de serviço de alto grau de periculosidade, crimes contra as relações de consumo, lesão corporal grave e gravíssima contra algumas pacientes.

O Conselho Regional de Odontologia (CRO-GO) informou que medidas administrativas estão sendo tomadas, mantendo o registro profissional de Hellen ativo no estado, mesmo diante das acusações.

A denúncia detalha as condutas criminosas, apontando que algumas pacientes eram submetidas a cirurgias sem consulta prévia, muitas vezes sem entrevistas ou exames pré-operatórios. O Ministério Público argumenta que as pacientes eram induzidas a acreditar na simplicidade dos procedimentos, na atribuição dos dentistas para realizá-los, e na capacidade da equipe da odontóloga para lidar com emergências.

O processo teve início em setembro de 2023, após denúncias de exercício ilegal da medicina por Hellen e outros três dentistas. As cirurgias estéticas proibidas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) eram divulgadas nas redes sociais da profissional por valores abaixo do mercado. A investigação revelou, durante buscas na clínica, instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos vencidos, levando à interdição do local.

No celular da dentista, foram encontrados diversos contatos de pacientes que relataram deformidades resultantes das cirurgias. A Polícia Civil ouviu vítimas e ex-funcionários, todos descrevendo o descaso da profissional com críticas e a realização de procedimentos estéticos proibidos em ambiente inadequado. Hellen também ministrava cursos sobre técnicas cirúrgicas não reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), atraindo um grande número de alunos em vários estados do país. A investigação continua para contabilizar o número exato de participantes desses cursos.


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