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Ele afirmou que “médico que faz greve e deixa de atender um paciente não tinha que ser médico”

Cremego repudia declarações de secretário de Saúde de Goiânia ao jornal O Popular

27/12/2023, às 11:59 · Por Redação

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) divulgou neste sábado (23) nota de repúdio à entrevista do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, veiculada neste final de semana pelo jornal O POPULAR. Assinada pela presidente do Cremego, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, a nota menciona a fala do secretário quando diz que “médico que faz greve e deixa de atender um paciente não tinha que ser médico”.

Para o Conselho, a declaração causou muita estranheza e indignação. “É lamentável ver um médico e, principalmente, um secretário municipal de Saúde, seguindo o caminho fácil da acusação e atropelando os motivos que levam os colegas a deflagrarem uma greve”, diz a nota. Ainda de acordo com o texto, os médicos só interrompem seus serviços quando se esgotam todas as tentativas de negociações com os gestores. “E interrompem porque a continuidade do atendimento sem condições mínimas de segurança e qualidade representa mais risco do que benefícios aos pacientes.” (leia abaixo a nota na íntegra)

Nota do Cremego

Prezados colegas médicos, prezados goianienses! A declaração do secretário municipal de Saúde de Goiânia, dr. Wilson Pollara, publicada hoje, sábado, no jornal O Popular, me causou muita estranheza e indignação.

Eu, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, presidente do Cremego, repudio publicamente a fala do secretário quando diz que “médico que faz greve e deixa de atender um paciente não tinha que ser médico.” É lamentável ver um médico e, principalmente, um secretário municipal de Saúde, seguindo o caminho fácil da acusação e atropelando os motivos que levam os colegas a deflagrarem uma greve. Secretário: o senhor acaba de chegar a Goiânia! Saiba que aqui, como em outros cantos do país, os médicos só interrompem seus serviços quando se esgotam todas as tentativas de negociações com os gestores. E interrompem porque a continuidade do atendimento sem condições mínimas de segurança e qualidade representa mais risco do que benefícios aos pacientes.

Os médicos goianienses, secretário, merecem condições dignas de trabalho e remuneração, mas isso nem sempre acontece e eles atuam em condições extremas, com pagamentos atrasados, sobrecarregados e mal remunerados. Portanto, dr. Pollara, os médicos aqui não deixam de ser médicos por fazerem greve. Eles fazem greve, quando fazem, lutando para que possam continuar exercendo a boa medicina. O senhor, como gestor público de saúde, deveria trabalhar por melhores condições de assistência à população e, não, criticar os médicos que estão nesta luta. Esperamos que o senhor reavalie a sua postura. Junte-se a nós na defesa do bom exercício da medicina e respeite a classe médica goianiense.



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