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Goiânia, 29/05/24
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Professor é indiciado por perseguição, com indícios de assédio sexual a alunas; polícia aponta que comportamento era conhecido pela instituição há quase 20 anos

Polícia Civil investiga assédio sexual em caso da UEG com indícios de conhecimento institucional

19/12/2023, às 10:46 · Por Redação

A Polícia Civil de Goiás indiciou o professor Antônio Carlos Severo Menezes, de 59 anos, por perseguição contra uma estudante de 24 anos da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Durante as investigações, a delegada Isabella Joy Lima e Silva, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis, encontrou indícios de que o professor também teria cometido assédio sexual contra alunas da instituição. No entanto, nos casos de assédio, a polícia aponta que já houve prescrição.

Os depoimentos compilados pela Polícia Civil revelam que o comportamento do professor, denunciado por estudantes, era de conhecimento público dentro da instituição. Relatos abrangem quase 20 anos e indicam que, não apenas alunas, mas membros da coordenação do curso e da universidade também tinham ciência dos atos do professor.

No relatório enviado à Justiça, a delegada afirma que as vítimas "têm, até hoje, verdadeiro pavor do poder destrutivo do investigado". Segundo ela, o professor prejudicou alunas com notas baixas, reprovações, perda de bolsas de estudo, impedimentos de ingresso em programas de pós-graduação, criando um ambiente de medo. Algumas vítimas relataram terem sido desestimuladas a formalizar denúncias devido ao temor de represálias.

A denúncia formal ocorreu em julho, quando uma estudante de 24 anos apresentou queixa na ouvidoria da UEG e na Deam. Posteriormente, outras alunas e ex-discentes, além de profissionais da instituição, também acusaram o professor de assédio sexual e comportamento inadequado.

Antônio Carlos é acusado de se valer de sua posição como professor e coordenador de curso para praticar atos como tocar no corpo ou cabelo das alunas, fazer comentários constrangedores e ameaçadores, e agir de forma maliciosa, sem autorização. Após uma sindicância, a UEG abriu um procedimento administrativo disciplinar e afastou temporariamente o professor por 180 dias a partir de agosto.

Em depoimento na Deam, o professor negou as acusações de assédio e alegou que nunca praticou tais atos. Ele sugeriu que as acusações poderiam ter motivação política e afirmou que não havia registro de denúncias formais contra ele até a denúncia do meio do ano.

A UEG afirmou ao jornal O Popular que, até a denúncia formalizada em julho, não havia histórico de medidas instauradas contra o professor relacionadas a assédio. A instituição ressaltou que todas as denúncias estão sendo apuradas e que medidas administrativas foram tomadas para investigar os fatos. A UEG tem divulgado campanhas contra o assédio moral e sexual e encoraja denúncias, além de assegurar tratamento adequado a todas as acusações recebidas.


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