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Goiânia, 29/05/24
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Ed Alves

Osório José Lopes Júnior é acusado de aplicar golpes milionários em fiéis de Goianésia e Leopoldo de Bulhões. Além da condenação, terá que devolver R$ 2,6 milhões a nove vítimas

Pastor é condenado a 27 anos de prisão por golpes financeiros em cidades do interior de Goiás

13/12/2023, às 10:52 · Por Redação

O pastor goiano Osório José Lopes Júnior foi condenado a 27 anos de reclusão em regime fechado por sua participação em esquemas de golpes financeiros contra fiéis em Goianésia e Leopoldo de Bulhões, no interior de Goiás. A sentença, proferida pela juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, também determina que o religioso devolva R$ 2,6 milhões a nove vítimas, considerando juros e correção desde maio de 2018, quando a denúncia foi apresentada à Justiça.

Osório tornou-se conhecido nacionalmente após reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em março de 2022, que expôs seus golpes também em São Paulo. O religioso prometia somas astronômicas, chegando a mencionar quatrilhões de reais e ao utilizar artifícios fraudulentos para persuadir fiéis a investirem em supostos projetos financeiros. A juíza Placidina afirmou que as histórias apresentadas pelo pastor sobre títulos de dívida agrária e pet shillers eram "versões fantasiosas" e nunca foram comprovadas.

A condenação de Osório não envolve apenas o episódio em Goiás, mas também sua prisão em Gurupi (TO) em setembro de 2023, onde foi citado como integrante de uma quadrilha que aplicava golpes há cinco anos, arrecadando mais de R$ 156 milhões. O pastor é considerado líder do grupo, que teria feito mais de 50 mil vítimas em todo o país e no exterior, que envolveu outras lideranças religiosas e movimentou recursos por meio de mais de 800 contas bancárias e 40 empresas fantasmas.

No processo em Goiás, a juíza absolveu o pastor Alencar Santos Buriti, de 59 anos, e o comerciante Adilson Ney Lopes, de 58, dos mesmos crimes pelos quais Osório foi condenado. Placidina destacou a falta de provas suficientes contra ambos e afirmou que não ficou configurado dolo em suas ações. 

A defesa do pastor afirmou ao jornal O Popular que recorrerá da decisão, argumentando que não há correlação entre a denúncia e a sentença. Quanto à prisão em Tocantins, a defesa considerou-a como um "absurdo" e alegou que ele é acusado de um delito cuja condenação não resultaria em regime fechado. 

Golpe
Pelas redes sociais, como YouTube, Telegram, Instagram e WhatsApp, o grupo de religiosos angariava as vítimas, a maioria delas fiéis e frequentadores de igrejas evangélicas e pregavam uma teoria conspiratória apelidada de "Nesara Gesara" para convencer as vítimas a investir as economias em falsas operações, com a promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica. Foi detectado, por exemplo, a promessa de que somente com um depósito de R$ 25, as pessoas receberiam de volta nas "operações" o valor de "Um octilhão de reais", ou mesmo se investisse R$ 2 mil ganhariam 350 bilhões de centilhões de euros. Em cinco anos, o grupo de criminosos movimentou ao menos R$ 156 milhões.


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