Deputado goiano critica questões do Enem e defende respeito ao agronegócio

A polêmica em torno das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) continua, desta vez com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se manifestando contra duas perguntas do exame. A FPA alega que as questões, de número 70 e 89, tinham "cunho ideológico" e não apresentavam "critério científico ou acadêmico". A frente parlamentar publicou uma nota oficial em seu site, exigindo um posicionamento urgente do governo federal sobre o assunto.

O deputado federal Daniel Agrobom (PL) foi um dos críticos mais contundentes das questões do Enem. Em entrevista ao Jornal Opção, ele classificou as perguntas como desrespeitosas com o agronegócio e exigiu medidas por parte do Ministério da Educação (MEC). "É um desrespeito com o agro, que é responsável pela geração de emprego e renda. A FPA está absolutamente correta em repudiar essas questões. O agro merece mais respeito, e este não era o momento para abordar esse tema de forma inadequada", disparou o deputado.

O MEC, por sua vez, afirmou que as questões do Enem são elaboradas por professores independentes, escolhidos por meio de um edital para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI). As questões em questão fazem referência ao desmatamento e sua relação com o agronegócio, provocando controvérsias sobre a abordagem do tema.

Na questão 70, o enunciado cita que "é evidente que o crescimento do desmatamento tem a ver também com a expansão da soja", enquanto na questão 89, o texto afirma que "no Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio". Ambas as afirmações geraram críticas, especialmente em relação à relação estabelecida entre desmatamento e agronegócio.

Daniel Agrobom, em sua crítica às perguntas do Enem, destacou que a relação feita entre desmatamento e agronegócio era inadequada e invertida. Segundo ele, os produtores de soja são os maiores defensores do meio ambiente e, portanto, não deveriam ser associados ao desmatamento de forma injusta. "Quem está desmatando não é o produtor de soja, pelo contrário. É a pessoa que mais cuida do meio ambiente. Algo precisa ser feito para corrigir essa percepção equivocada", exigiu o deputado.

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