Prefeitura de Goiânia quer ampliar oferta do DIU no SUS

O programa "Planejar para Viver Melhor", criado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia em janeiro deste ano, tem como objetivo expandir a utilização do dispositivo intrauterino (DIU) como método contraceptivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. Em 2022, as três maternidades públicas municipais realizaram cerca de 1,3 mil inserções de DIUs. Com o novo programa, a expectativa é que esse procedimento seja estendido aos postos de saúde dos sete distritos sanitários de Goiânia, e a iniciativa já está em funcionamento em três Unidades de Saúde da Família.

Tamara Alves Ribeiro, de 29 anos, foi uma das primeiras mulheres a receber o DIU em uma unidade de atenção primária de saúde em Goiânia. Ela elogiou a opção de ter esse método contraceptivo disponível nos postos de saúde e destacou que a alternativa do DIU foi benéfica para ela, uma vez que ela já havia tentado uma cirurgia pelo SUS sem sucesso. Com quase um ano de uso do DIU, Tamara se sente satisfeita com a escolha, destacando que, ao contrário dos anticoncepcionais que a faziam sentir mal, o DIU não causou desconforto.

Cynara Mathias, superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS, explicou que a inserção do DIU faz parte das estratégias de planejamento familiar do programa "Planejar para Viver Melhor", que possui três pilares: ampliar a carteira de serviços na atenção primária, qualificar as redes de atenção primária por meio da capacitação de médicos e enfermeiros, e introduzir o DIU na atenção primária. Um grupo de trabalho liderado pelo ginecologista e obstetra Júlio Porto, servidor municipal, capacitou profissionais nas unidades de saúde da cidade.

Além das três maternidades municipais, as unidades de saúde dos bairros Santa Rita, São Carlos e Condomínio das Esmeraldas já oferecem o serviço. A SMS de Goiânia pretende capacitar mais de 50% dos postos de saúde da capital, abrangendo os sete distritos sanitários. Esse programa municipal foi implantado seis meses antes da Nota Técnica nº 31/2023 do Ministério da Saúde, divulgada em junho, que prevê a ampliação da disponibilidade do DIU no SUS e orienta que a inserção e remoção do dispositivo possam ser realizadas não apenas por médicos, mas também por enfermeiras.

Cynara Mathias ressaltou que, até o momento, mais de 168 profissionais foram capacitados no âmbito do programa "Planejar para Viver Melhor" e que, após a cobertura de todas as unidades de saúde, a inserção do DIU se tornará uma rotina, dado o alto índice de rotatividade de profissionais. O foco da SMS é fortalecer a atenção primária, o que ajudará a evitar encaminhamentos desnecessários para a rede de atenção secundária ou especializada, como maternidades.

O DIU disponibilizado pelo SUS é de cobre, recomendado pelo Ministério da Saúde. Esse dispositivo em formato de "T" ou "Y" é feito de fio de prata revestido de cobre, não contém hormônios ou materiais tóxicos. O DIU interfere nas alterações bioquímicas que impedem a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides. A inserção é simples, realizada em consultório e não requer internação. Com uma duração de dez anos, o método é considerado um dos mais seguros e eficazes, podendo ser removido a qualquer momento, sem prejudicar a fertilidade. Após 45 dias do procedimento, um ultrassom verifica se o dispositivo foi inserido corretamente ou se há necessidade de ajustes.

---

DIU SUS Prefeitura de Goiânia