Primeira presidente mulher do STJ, goiana Laurita Vaz se aposenta da Corte

Uma era se encerra no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a aposentadoria da ministra Laurita Vaz, que deixará suas funções na próxima quinta-feira, 19. Após 22 anos dedicados à magistratura, Laurita Vaz deixa um legado marcante como a primeira mulher goiana a presidir o STJ. A notícia foi confirmada pela própria instituição. 

Natural de Goiás, Laurita iniciou sua trajetória como promotora de justiça em 1978. Com uma carreira sólida e dedicada, ocupou o cargo de procuradora da República de 1984 a 1989 e, na década de 1990, foi subprocuradora-geral da República antes de sua nomeação para o STJ.

Durante seu mandato à frente da Corte, no biênio 2016-2018, Laurita Vaz também presidiu o Conselho da Justiça Federal (CJF). Seu vice na gestão, o ministro Humberto Martins, destacou sua dedicação e sensibilidade profissional em 2022. "Em sua trajetória como julgadora e como a primeira mulher a presidir a Corte, a ministra Laurita Vaz sempre foi um exemplo de magistrada ética, de notável saber jurídico e imbuída de um espírito público inquebrantável", afirmou Martins.

Um dos feitos notáveis de sua gestão foi a redução do acervo processual do STJ em 25%, algo inédito na história da instituição. Segundo o próprio STJ, esse sucesso foi alcançado através de investimentos em gestão de precedentes, criação de uma força-tarefa para auxiliar os gabinetes, ampliação e reestruturação do Núcleo de Admissibilidade e Recursos Repetitivos (Narer) e a implementação da inteligência artificial para mapear e classificar processos.

Em seu discurso de 2016, Laurita Vaz refletiu sobre sua jornada na magistratura. "Decidi me candidatar a ministra do STJ imaginando como seria desafiador exercer a magistratura em uma das turmas de direito criminal. Olhando para trás, percebo que, em todas as funções que desempenhei ao longo da carreira, sempre havia dificuldades a serem enfrentadas, mas nunca recusei uma missão", disse.

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