Silvye se ausenta em votação decisiva sobre casamento gay

A votação que aprovou o projeto que derruba o casamento homoafetivo no Brasil causou controvérsias na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. A deputada Silvye Alves (UB-GO), única representante de Goiás na comissão, estava ausente na votação. Ela justificou sua falta, explicando que estava em atendimento a oito prefeitos do interior em seu gabinete e não sabia que a sessão, que havia sido suspensa, voltaria rapidamente já com a votação do projeto.

Mesmo ausente, Silvye Alves fez questão de expressar sua opinião sobre o projeto. "Minha posição é bem clara. Eu apoio essa causa, tenho amigos pessoais, e acho que a gente não tem de interferir no amor das pessoas, no relacionamento das pessoas. Está cheio de criança precisando ser adotada aí, deveríamos nos preocupar com outras coisas", afirmou a deputada. Ela também lamentou o voto favorável da suplente Cristiane Lopes (UB-RO) e criticou o Partido Liberal (PL) pela proposição do projeto. "Esse povo do PL está acabando com o Congresso", completou.

A proposta, relatada pelo deputado Pastor Eurico (PL-PE), estabelece que nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode ser equiparada ao casamento ou à entidade familiar. A proibição tem implicações sobre pensão, herança e dependência econômica. Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu o direito de união homoafetiva há 12 anos, o pastor afirmou que cabe ao Poder Legislativo, e não ao Judiciário, deliberar sobre o tema.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já se manifestou pela inconstitucionalidade da proposta, em parecer da Comissão Nacional da Diversidade Sexual e de Gênero. Ainda será submetida a votação nas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial antes de seguir para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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