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Goiânia, 29/05/24
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Reprodução - Redes Sociais

Paulo Patakorí utilizou suas redes sociais para expor sua experiência e alerta outros profissionais sobre a prática de trabalho não remunerado para o Goiânia Mostra Curtas (GMC)

Designer faz campanha para ninguém trabalhar de graça pro GMC

05/10/2023, às 15:46 · Por Redação

No cenário do mundo artístico e cultural de Goiânia, uma denúncia veio à tona contra o Goiânia Mostra Curtas (GMC). Paulo Patakorí, que é designer, usou sua plataforma no Instagram para compartilhar uma experiência com o festival e revelou um lado obscuro das práticas de trabalho no evento, que é realizado pelo Icumam Cultural e Instituto, com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) via Programa Goyazes do Governo de Goiás.

Em uma postagem intitulada "Nunca trabalhe de graça para o Goiânia Mostra Curtas", Patakorí expôs sua história de exploração. No relato, ele revelou que, em 2019, enquanto ainda cursava o 3º ano da Faculdade de Cinema no Instituto Federal de Goiás (IFG) e ansiava por oportunidades profissionais no mundo cinematográfico, ofereceu-se para trabalhar gratuitamente no GMC. No entanto, a realidade que encontrou foi muito diferente de suas expectativas.

Ao invés de uma experiência enriquecedora, Patakorí descreveu ter sido relegado a um trabalho voluntário no Salão de Exibição do Festival. Uma oportunidade que inicialmente parecia ser um trampolim para sua carreira acabou se transformando em uma situação de exploração e desvalorização. Em sua publicação, ele alertou veementemente outros profissionais e enfatizou a importância de nunca aceitar trabalhar de graça para instituições que dependem de editais de arte e cultura.

A denúncia de Patakorí ecoou nas redes sociais e recebeu mais de 30 comentários de pessoas compartilhando experiências semelhantes de abusos e exploração nas mãos da produção do GMC, que tem como responsável a produtora cultural, diretora e cofundadora do Icumam Cultural, Maria Aparecida Abdala.

Uma seguidora do designer relatou ter enfrentado abusos psicológicos, gritos e falta de educação durante sua participação no evento deste ano. Outro usuário afirmou ter sido vítima de abuso psicológico e até ameaças físicas, contando com testemunhas que corroboram sua história. Uma terceira pessoa revelou ter suportado 19 dias de abusos e absurdos antes de finalmente deixar de trabalhar para a organização do evento.

Apesar da repercussão das denúncias, a assessoria de imprensa do GMC disse que a organização do evento  tomou conhecimento da publicação de Paulo na tarde desta quinta-feira, 5, “e que a assessoria Jurídica do festival está apurando as informações e assim que tiver uma orientação dará retorno [ao Poder Goiás]”.


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