Jovem negro vai para UTI após ser espancado por seguranças de supermercado no interior de Goiás

14/09/2023, às 10:29 · Por Redação

Um jovem negro foi internado na UTI após ser espancado por seguranças de um supermercado, em Mineiros, no sudoeste do estado. Segundo a família de Thiago Santos, de 23 anos, o rapaz estava sendo encarado pelos seguranças do local e foi agredido ao tentar tirar satisfação com um deles. A família denuncia que o jovem sofreu racismo.

O caso aconteceu no último domingo,10. Os relatos registrados pela Polícia Civil (PC) apontam que o jovem e o segurança começaram uma briga, momento em que outro segurança foi em direção a Thiago. Juntos, os seguranças o arrastaram para uma espécie de beco próximo ao local, onde agrediram o rapaz.

Após as agressões, Thiago ficou desacordado no local por cerca de 1h, até ser encontrado por populares, que acionaram os bombeiros para socorre-lo. Segundo a família, o supervisor da empresa de segurança responsável pelo supermercado é um policial militar aposentado, e que teria dito que Thiago não seria socorrido, por ser preto e ter tatuagens no corpo.

A família da vítima informou que Thiago teve oito fraturas no rosto, quebrou a mandíbula, a testa e uma das costelas. Além das fraturas, a família também informou que o jovem sofreu lesões graves no pulmão devido aos chutes que recebeu. Thiago deve passar por cirurgia na próxima sexta-feira.

"Eu quero justiça pelo meu irmão. Ele é uma pessoa boa, não merecia isso. Ele olha a cara dele e chora e pergunta se vai voltar [ao normal]", disse Akila Andrade, irmã da vítima.

Em nota, o Hospital Estadual de Jataí informou que o paciente está internado e em acompanhamento pela equipe da cirurgia buco-maxilo que deverá ser feita e que não há previsão de alta até o momento.

Segundo Thiago Escandolhero, delegado responsável pelo caso, um inquérito foi instaurado sobre o caso e as testemunhas foram ouvidas. Uma perícia foi solicitada para ser feita no local onde o jovem foi encontrado, pois havia grande quantidade de sangue no chão. Os seguranças envolvidos no caso também devem ser ouvidos pela Polícia Civil.

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