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Goiânia, 29/05/24
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Lucas Dutra, de 22 anos, tinha um mandado de prisão em aberto pelo homicídio 15 dias antes de Wilmar Fernandes

Rapaz morto por policiais militares era procurado por ter assassinado primo de oficial em Goiás

12/09/2023, às 09:35 · Por Redação

Executado no dia 25 de maio em Anápolis com seis tiros disparados por policiais militares quando, aparentemente, já estaria rendido, com as mãos amarradas e agachado, Lucas Eduardo de Lima Dutra, o Zoim, de 22 anos, era procurado pela possível participação no assassinato, dias antes, de um parente de um oficial da PM, o servente de pedreiro Wilmar Lima Fernandes, de 40 anos. Na semana passada, a Justiça decretou a prisão preventiva de seis pessoas por envolvimento na morte de Lucas, que estava com mandado de prisão em aberto por homicídio.

Wilmar foi morto no dia 10 de maio por espancamento em uma casa no Bairro de Lourdes, em Anápolis, onde funcionava uma suposta boca de fumo e era ponto de encontro de usuários para consumo de drogas, principalmente crack. As investigações apontam que ao entrar na residência de madrugada, uma outra usuária, até hoje não localizada, teria o acusado de tentativa de estupro, o que foi usado como justificativa por três pessoas para agredi-lo até a morte. O nome do oficial chegou a ser citado em um questionamento feito a um dos policiais envolvidos nas buscas por Lucas, mas este negou que no dia 25 de maio sabia da relação entre o suspeito procurado e o caso envolvendo a vítima do espancamento. Não há no pedido de prisão feito pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) contra os seis policiais citação de uma possível relação da morte de Lucas com o parentesco de Wilmar.

Não há nenhuma evidência de que Wilmar tentou cometer tal crime. O corpo dele foi encontrado na manhã do dia 11, às 7h30, em uma rua no Chácaras Vale das Antas, a 16 quilômetros da casa, sem roupa e coberto por lençóis. No final do dia, as polícias Civil e Militar já haviam identificado e prendido Wesley dos Santos Moreira, o Vovozona, de 37 anos, como um dos suspeitos pela morte. Wesley é o dono da casa em que o servente foi morto. Ele confessou a participação nas agressões, mas disse que começou a bater com um pedaço de madeira e depois saiu da casa. Porém, testemunhas que estavam presentes – na residência havia ao todo nove pessoas – contam que presenciaram ele, Lucas e Tatiana Carvalho da Silva Alencar, a Tati, de 31 anos, espancando a vítima. Wesley e Lucas que mais tarde também teriam levado o corpo para um local afastado. Tatiana é namorada de Lucas. Ela estava junto com ele em uma residência na Vila Operária, a quatro quilômetros da casa de Vovozona, no dia 25 de maio, quando à noite, os policiais se aproximaram e o mataram em um matagal ao lado, após uma tentativa de fuga frustrada. Oficialmente, Lucas era procurado por um roubo de celular no qual após sua morte os policiais afirmaram que foi extremamente violento. As investigações, entretanto, mostram o contrário.


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