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Acusados de mortes em racha na T-9, em Goiânia, vão a júri popular após decisão judicial; eles vão responder por homicídio qualificado e tentativas de homicídio

Acusados de mortes em racha na T-9, em Goiânia, vão a júri popular após decisão judicial

30/08/2023, às 13:35 · Por Redação

Os dois condutores envolvidos no acidente durante um suposto racha na Avenida T-9, em Goiânia, que culminou na morte de um jovem e uma adolescente, foram oficialmente pronunciados pela Justiça e serão encaminhados a julgamento perante um júri popular. O juiz Lourival Machado da Costa, titular da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, emitiu a decisão de pronúncia, acusando Eduardo Henrique e Arthur Yuri pelos crimes de homicídio qualificado e três tentativas de homicídio em relação aos sobreviventes do acidente.

O acidente aconteceu em 7 de maio de 2022 e resultou na morte da adolescente Marcela Sonia Gomes do Amaral, de 15 anos, e do estudante Wictor Fonseca Rodrigues, de 20 anos. Ambos os motoristas enfrentam acusações graves relacionadas à prática do racha automobilístico que resultou nessas mortes, além de deixar outras três pessoas feridas.

Na decisão proferida pelo juiz Machado, destacou-se que as defesas dos acusados não apresentaram alegações finais, apesar de terem sido devidamente intimados. O magistrado argumentou que o adiantamento de teses não seria obrigatório e que, muitas vezes, é uma estratégia manter tais argumentos para o momento do julgamento.

A decisão do juiz ressaltou a presença de indícios de autoria e participação por parte dos acusados. O comportamento dos motoristas, conduzindo em alta velocidade após consumir bebida alcoólica, demonstrou a aceitação do risco de resultados mortais e de lesões para as vítimas. Eduardo Henrique dirigia uma Toyota Hilux e Arthur Yuri uma BMW.

O magistrado também considerou que a qualificadora referente ao uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas era pertinente, uma vez que os apelos das vítimas para que o veículo reduzisse a velocidade foram ignorados, resultando em um acidente trágico. A decisão do juiz reconheceu a vulnerabilidade das vítimas e a falta de possibilidade de defesa frente às circunstâncias.

A defesa, por sua vez, alega surpresa com a pronúncia dos acusados antes de serem intimados para as alegações finais após a manifestação da acusação. Aponta ainda a presença de nulidades no processo e promete levar a questão aos tribunais superiores para análise. A defesa também pretende recorrer da decisão para que o processo seja direcionado à Vara dos Crimes de Trânsito.

O caso envolveu a saída de jovens de uma boate após o consumo de álcool, com os carros transportando mais passageiros do que o recomendado. A disputa de alta velocidade terminou com o capotamento da caminhonete conduzida por Eduardo Henrique e a subsequente morte de Marcela Sônia do Amaral e Wictor Fonseca Rodrigues.


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