Cantora gospel investigada por atos golpistas divide cela com idosa e gestante em presídio de Goiás

A cantora gospel Fernanda Rodrigues de Oliveira permanece presa há cinco dias na Casa de Prisão Provisória (CPP), localizada em Aparecida de Goiânia. Segundo informações da defesa, Fernanda compartilha sua cela com uma idosa e uma gestante, em um espaço separado das demais detentas. A cantora é alvo de investigação pela Polícia Federal devido a suspeitas de incentivo a atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

O advogado de defesa Clebson Vieira Neres explicou ao portal G1 Goiás que sua cliente foi alojada em um local segregado devido à ausência de antecedentes criminais e sua reputação idônea. Esse espaço privado conta com apenas quatro celas, onde seis detentas estão acomodadas, incluindo Fernanda, a gestante e a idosa. "Nosso primeiro passo foi assegurar a integridade de Fernanda, proporcionando-lhe um ambiente seguro. Levamos mantimentos, roupas e um kit de higiene preparado pela família", afirmou o advogado.

No dia 17 de agosto, logo após a prisão de Fernanda Ôliver, uma audiência de custódia foi conduzida. Na ocasião, a defesa foi informada de que a decisão sobre sua soltura caberia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pela expedição dos mandados de busca e apreensão contra a cantora. Até o momento desta reportagem, o ministro não havia se pronunciado sobre a possibilidade de liberação da jovem.

Luiz Carlos Silva, pastor e amigo da família, expressou sua preocupação com o estado emocional de Fernanda. Ele ressaltou que a cantora está profundamente abalada com a prisão e teme que ela possa entrar em um estado de depressão. Silva enfatizou as dificuldades do ambiente prisional para alguém como ela, sem experiência de vida criminal. "A família está angustiada, ninguém consegue seguir normalmente com o trabalho, com medo do que pode acontecer", disse.

O acesso aos autos do inquérito federal tem sido um desafio para a defesa de Fernanda. O advogado Clebson afirmou que até o momento não foi possível obter informações detalhadas sobre o caso. Ele esclareceu que o processo está em sigilo e apenas existe em formato físico. A equipe de defesa já solicitou à Procuradoria-Geral da União acesso ao inquérito e aguarda a análise do pedido para entender as acusações e crimes imputados à cantora.

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