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Durante cerimônia em Goiânia, Jair Bolsonaro fala sobre riscos em solo brasileiro e investigações em discurso após receber título de cidadão goiano

Ex-presidente Bolsonaro recebe título de cidadão goiano em meio a polêmicas e investigação

19/08/2023, às 09:48 · Por Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu na noite desta sexta-feira, 18, o título de cidadão goiano durante cerimônia na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), em Goiânia. Durante seu discurso, Bolsonaro abordou sua estada nos Estados Unidos e expressou sua convicção de que "não existe terra igual a nossa". O ex-presidente também fez referência aos riscos que corre em solo brasileiro, em meio às investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações se concentram em uma suspeita de participação de pessoas próximas a Bolsonaro em um esquema de venda ilegal de presentes recebidos pelo ex-presidente durante compromissos oficiais. A PF apura a destinação do dinheiro obtido com essas vendas, afirmando que o montante seria encaminhado ao ex-presidente. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, figura entre os alvos das investigações. Cid, que se encontra preso, declarou a intenção de fazer uma confissão à PF, alegando que a venda das joias ocorreu a pedido de Bolsonaro.

No cenário mais amplo das investigações, o ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou a quebra de sigilo bancário e fiscal tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto de sua ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Alegações de venda ilegal de joias dadas como presentes ao ex-presidente permeiam o contexto dessas ações investigativas.

A operação realizada pela PF em 11 de agosto trouxe à luz mandados de busca e apreensão dirigidos a pessoas associadas ao ex-presidente, incluindo o advogado Frederick Wassef, que já atuou como defensor da família Bolsonaro, e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid. Cid, que estava sob custódia desde maio por suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes de cartões de vacinação contra a Covid-19, também é considerado um protagonista na questão das joias, de acordo com a PF.

As joias, cuja origem se situa em presentes entregues ao governo brasileiro por nações como a Arábia Saudita, tornaram-se alvo de transações suspeitas, tendo sua venda negociada nos Estados Unidos a partir de junho de 2022. Um conjunto de joias, contendo um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, que foi presenteado a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em 2019, é o ponto focal dessas transações.

A viagem conjunta de Bolsonaro e Cid aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas em Los Angeles, em junho de 2022, foi apontada como o momento em que Cid transportou o conjunto de joias. Posteriormente, Cid teria viajado para a Pensilvânia, onde teria vendido o relógio Rolex de ouro branco e outro da marca Patek Philippe. A PF encontrou evidências dessa transação a partir de dados armazenados na nuvem do celular de Cid, incluindo um comprovante de depósito no valor de US$ 68 mil (equivalente a R$ 332 mil).

O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, revelou que o ex-presidente Bolsonaro solicitou a Cid que "solucionasse o problema do Rolex", afirmando que Cid entregou o montante da venda para Bolsonaro ou sua ex-primeira-dama, Michelle. A defesa de Bolsonaro, no entanto, negou a alegação de que ele tenha recebido dinheiro proveniente da venda do relógio, sustentando que Cid agiu de forma independente.


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