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Ministra Marina Silva diz em Goiânia que só fiscalização não resolve problema

Controle do desmatamento no Cerrado terá ao menos quatro eixos, diz Marina Silva

18/08/2023, às 14:33 · Por Redação

O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado) deve ter ao menos quatro eixos temáticos. A informação é da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que esteve em Goiânia nesta quinta-feira (17). A ministra afirmou que eles devem versar sobre ações de comando e controle, ordenamento territorial e fundiário, apoio nas atividades produtivas sustentáveis e marcos regulatórios. O texto, que está em fase de elaboração, tem previsão para ser apresentado em 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado.

Além de ter estes eixos temáticos, ele tem na raiz o entendimento de que é preciso alterar a filosofia de controle do desmatamento no Brasil. “Nós não vamos enfrentar o problema do desmatamento apenas com ações de comando e controle. A gente precisa mudar o modelo de desenvolvimento para continuar gerando emprego, renda, criando um ciclo de prosperidade, mas respeitando as nossas comunidades locais e a nossa biodiversidade”, afirmou a ministra na capital.

O lançamento do PPCerrado é aguardado com ansiedade por gestores e ambientalistas. Atualmente, o bioma enfrenta um avanço no desmatamento, diferente do que acontece na Amazônia. Lá as ações governamentais têm se refletido em redução da perda de vegetação. A queda foi de 33,6% no primeiro semestre deste ano. No Cerrado houve avanço de 21%. Marina adiantou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, coordena o programa de transição ecológica brasileiro. Segundo ela, o próprio Plano Safra, de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), já foi gestado com o conceito de incentivar a produção sustentável no País.

Marina defendeu que o Brasil precisa fazer a transição para um sistema produtivo sustentável. Segundo ela, Europa e Estados Unidos já estão vetando produtos que carreguem consigo a elevada emissão de carbono. O mesmo, diz ela, farão a China e o restante do mundo com o tempo. “O mundo vai fechar as portas para os produtos que são carbono intensivo, que para serem produzidos levam a muitas emissões de CO2 (...) Ou nós vamos nos adaptar às exigências da mudança climática ou a gente fica trancado pelo lado de fora”, alertou ela. Atualmente, o Brasil e o Mercosul enfrentam barreiras para fechar um acordo econômico com a União Europeia. Um dos impasses está justamente em obrigações ambientais que o texto impõe aos países da América do Sul interessados no negócio. Por outro lado, a ministra afirmou que o País tem algumas vantagens competitivas para alcançar a transição almejada. “O bom é que nós temos tecnologia e conhecimento para poder fazer (a transição) e tem muita gente que já está fazendo.”


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