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Morte de bebê do bebê Ravi Lorenzo, de 2 meses, que ingeriu colírio por engano foi causada por pneumonia; laudo pericial descarta que a morte tem relação com substância ingerida erroneamente

Morte de bebê que ingeriu colírio por engano foi causada por pneumonia

15/08/2023, às 12:33 · Por Redação

A morte do bebê Ravi Lorenzo, de 2 meses, que ingeriu colírio por engano, teve sua causa revelada após uma investigação minuciosa. Contrariando as suspeitas iniciais, o laudo pericial confirmou que o fato não tem qualquer relação com a substância inadvertidamente consumida. Em vez disso, o desfecho se deveu a uma pneumonia neutrofílica bilateral, conforme divulgado pela Polícia Civil em Formosa.

No início da apuração, cogitava-se que o bebê havia ingerido Tartarato de Brimonidina, um colírio usado para tratar o glaucoma, fornecido erroneamente pela farmácia. Contudo, as conclusões dos exames toxicológico e histopatológico descartaram essa possibilidade, ao demonstrar que o medicamento não estava presente no corpo do bebê.

Os detalhes da investigação apontam para a prescrição correta de medicamentos à mãe do bebê, visando aliviar náuseas e vômitos. A mãe, ao administrar os remédios conforme orientação médica, notou que a criança começou a apresentar sinais de desconforto e dor após um período. A revisão do ocorrido revelou que o colírio administrado era, de fato, o "tartarato de brimonidina", usado para tratar glaucoma, em vez do medicamento correto.

O delegado Paulo Santos, encarregado do caso, afirmou que, dado o laudo pericial, não há embasamento para a responsabilização criminal de terceiros. "Uma vez que não há relação entre a substância e a morte do recém-nascido, não podemos indiciar nem responsabilizar ninguém criminalmente pelo ocorrido", declarou o delegado. Concluídos os relatórios periciais, o caso será encaminhado ao Poder Judiciário, desvinculando definitivamente o medicamento da tragédia que vitimou Ravi Lorenzo.

O bebê Ravi Lorenzo, de 2 meses, morreu em março de 2023 por suspeita de ingerir um colírio que teria sido vendido por engano em uma farmácia de Formosa. Segundo a Polícia Civil, o remédio receitado corretamente, e que a criança deveria ter tomado, era para evitar vômito e enjoo.

O caso
Segundo a delegada Fernanda Lima, a mãe do menino contou que o filho estava com sintomas como náuseas, vômito e febre, motivo pelo qual ela foi até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Formosa. Chegando lá, após examinar a criança, o médico prescreveu três remédios, um deles, a “bromoprida”, que evita vômitos.

“O avô da criança contou que se dirigiu até a farmácia e comprou esses medicamentos. Ele teria levado os remédios para a mãe da criança, que teria ministrado os remédios conforme a prescrição. Passado um tempo, a criança começou a chorar e gritar de dor”, disse a delegada.

A mãe informou que, ao contrário do que o médico receitou, o remédio vendido pela farmácia foi o “tartarato de brimonidina”, um colírio para o tratamento de glaucoma. A mãe voltou na UPA e os médicos chegaram a intubar o menino, mas ele não resistiu.


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