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Vandalismo em furto queimou bomba que abastecia o local

Lago artificial seca em parque de Goiânia

04/08/2023, às 08:34 · Por Redação

O lago artificial, parte integrante do Parque Buritis Sebastião Júlio Aguiar, construído em 2020 na região Oeste de Goiânia, encontra-se completamente seco há pelo menos um mês. Desde o anúncio do projeto do parque urbano em 2019, ambientalistas se posicionaram contra a construção do lago no local, argumentando que a área abrigava 29 nascentes, conforme descrição da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), que seriam prejudicadas. No entanto, o projeto prosseguiu com o lago sob a alegação de que se tratava de uma nascente única com ramificações, não afetando as demais nascentes ou as veredas presentes na área.

De acordo com a Amma, a seca no lago do Parque Sebastião Júlio Aguiar não está relacionada à construção ou ao período de estiagem, mas sim ao vandalismo. Um ato de furto do relógio e fiação resultou na queima do disjuntor da bomba que abastecia o lago. A agência informa que já está trabalhando em parceria com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para reparar o dano e restabelecer o abastecimento do lago. A expectativa é que o lago seja reabastecido nos próximos dias, após a recuperação da parte elétrica.

Gerson Neto, presidente da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), lamenta a situação, pois a área abrigava uma vereda preservada, talvez a última do perímetro urbano de Goiânia, um cenário único eternizado na literatura e no imaginário brasileiro que agora está sendo destruído. Ele havia alertado várias vezes sobre os impactos da construção do lago, mas suas preocupações foram ignoradas. Segundo Neto, para a construção do lago, foi implementada uma rede de drenagem urbana para evitar o assoreamento, o que acabou afetando o lençol freático e drenando a vereda.

O ambientalista lembra do caso semelhante ocorrido no lago do Parque Cascavel, que também funcionou como dreno após a construção da infraestrutura do parque. Ele expressa sua tristeza com a perda dessa joia da natureza que Goiânia possuía no Parque Oeste Industrial. Em 2019, um coletivo de urbanistas vinculados ao BR Cidades havia proposto um projeto alternativo para o parque urbano, que previa a construção de uma grande passarela sobre a vegetação, minimizando os impactos no solo e nas nascentes. Infelizmente, esse projeto não foi considerado na época.


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