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Goiânia, 29/05/24
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A proposta do 'honoris causa' foi feita pelo Câmpus da Cidade de Goiás e, com a aclamação, o título será publicado em 8 de agosto, data de nascimento da homenageada

Reparação: Leodegária de Jesus será doutora honoris causa da UFG

23/07/2023, às 03:15 · Por Redação

O Conselho Universitário da UFG (Consuni) aprovou na sexta-feira, 21, no auditório da Biblioteca Central a concessão do título de doutora honoris causa à poetisa, professora e jornalista Leodegária Brazília de Jesus. O Consuni órgão máximo de função normativa, deliberativa, de planejamento e de recurso da Universidade e se reúne ordinariamente uma vez a cada três meses e ainda em sessões extraordinárias, quando necessário. A decisão, neste caso, se deu em reunião extraordinária. A comissão responsável pelo parecer foi composta pelas professoras Margareth Arbués, Luciana Dias, Camila Caixeta, Karla Hora e Nyuara Araújo.

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacou a importância da homenageada para a história do jornalismo de Goiás devido ao semanário A Rosa, que ela fundou juntamente com Cora Coralina, Alice Santana e Rosa Godinho e foi o primeiro jornal criado por mulheres no Estado, em 1907. A proposta do 'honoris causa' foi feita pelo Câmpus da Cidade de Goiás e, com a aclamação, o título será publicado em 8 de agosto, data de nascimento da homenageada, em cerimônia na abertura das comemorações dos 125 anos do curso de Direito da UFG. Leodegária é natural de Caldas Novas e foi a primeira mulher negra a publicar um livro de poesias em Goiás: Corôa de Lyrios, editado em 1906. É considerada precursora da literatura feminina no Estado, além de um expoente na luta pela igualdade de gênero.

O parecer apresentado ao Consuni ressalta que o título é uma reparação histórica, pois, apesar da proeminência intelectual de Leodegária, ela foi impedida de cursar Direito na Academia de Direito de Goiás em razão da discriminação de raça e gênero e de perseguições políticas. “Reconhecer a grandiosidade dos movimentos realizados por Leodegária Brazília de Jesus nos aproxima de uma reparação necessária e também nos reposiciona, viabilizando-se assim a oportunidade de colocarmo-nos contra um perverso processo de apagamento de que ela foi alvo, reinserindo-a em ambientes das quais nunca deveria ter sido excluída”, diz o parecer.

Filha dos professores José Antônio de Jesus e Ana Isolina Furtado Lima de Jesus, Leodegária nasceu em 1889, mas a família se mudou para Jataí quando ela tinha apenas 2 meses. Estudou no Colégio Sant’Ana, na cidade de Goiás, e foi uma figura importante no desenvolvimento da educação escolar, da literatura e da imprensa goiana. Seu maior destaque, no entanto, foi com a poesia, na publicação de dois livros. Ela morreu em 1978, em Belo Horizonte. 


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