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Vereador por Planaltina de Goiás Genival Fagundes (PL) transmitiu ao vivo, por meio do canal "Política sem Curva" no Youtube, a invasão aos três Poderes, que ocorreu em Brasília

Vereador do interior de Goiás obtém lucro de R$ 135 mil com atos golpistas, conforme informações da Abin

11/07/2023, às 14:30 · Por Redação

Relatórios divulgados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelaram que o vereador por Planaltina de Goiás Genival Fagundes (PL) obteve um lucro de aproximadamente R$ 135 mil por meio de sua participação nos atos antidemocráticos que ocorrem 8 de janeiro deste ano. De acordo com o órgão, Fagundes transmitiu ao vivo, por meio do canal "Política sem Curva" no Youtube, a invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes, que ocorreu em Brasília.

Segundo trechos do relatório que a Folha de São Paulo teve acesso, durante transmissão ao vivo, Fagundes narrava os atos e enaltecia os invasores, defendendo suas ações e orientando os participantes. Como resultado dessa cobertura, o vereador foi remunerado pela plataforma de streaming de vídeo por suas atividades durante o evento.

Questionado pelo portal Mais Goiás, Genival Fagundes admitiu ter feito a transmissão no dia 8 de janeiro, mas afirmou que seu canal foi removido um dia depois. Além disso, o vereador alegou desconhecer qualquer valor recebido. "A plataforma alegou violação de diretrizes. Como a transmissão foi ao vivo, acredito que tenha sido alguma palavra recomendada. Mas eu desconheço esse valor, pois meu canal era pequeno", explicou Fagundes.

Quanto à participação direta na invasão, o vereador contestou categoricamente seus envolvimentos. Ele desejou ter coberto o evento à distância e nunca ter adentrado as sedes dos poderes invadidos. Fagundes enfatizou que defendeu manifestações sofridas, realizadas dentro dos limites pela Constituição, e refutou qualquer acusação de incitação a atividades ilegais.

Além do vereador Genival Fagundes, os documentos da Abin mostram que outros influenciadores também receberam papéis de destaque na radicalização que levaram aos atos antidemocráticos, obtendo ganhos financeiros com isso. A Abin entregou o relatório à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) encarregada de investigar as manifestações golpistas ocorridas em 8 de janeiro.

Segundo a agência, esses "influenciadores" criaram para a disseminação de narrativas extremistas, além de canalizar queixas e ressentimentos pessoais e coletivos em críticas políticas contra governos e instituições. Além disso, eles são responsáveis por estimular a polarização e incitar outras pessoas à violência.

Conforme destacado no relatório da Abin: "Esses influenciadores desempenham um papel crucial na criação de uma visão de mundo polarizada, na qual a hostilidade é direcionada a um alvo considerado uma ameaça. Embora indivíduos com esse perfil geralmente não participem diretamente de ações violentas, sua função é essencial para incitar outras pessoas a realizarem atos de extremismo violento".


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