Mulher recebe alta após procedimento estético no bumbum, que a levou à UTI

Betânia Lima Guarda, de 29 anos, recebeu alta hospitalar neste sábado, 1º, depois de passar por um episódio decorrente de um procedimento estético realizado no rosto e no bumbum, em Goiânia. A mulher comemorou sua saída do hospital em uma postagem nas redes sociais e expressou gratidão por sua recuperação.

"Receber alta para mim foi uma mistura de felicidade com gratidão. Muita gratidão a Deus por estar viva e agora junto com meu filho", disse Betânia. Em suas publicações, ela utilizou a legenda "Obrigada, Deus" e agradeceu a possibilidade de ficar perto de seu filho, escrevendo "Meu tudo".

No dia 23 de junho, Betânia foi internada após complicações decorrentes de um procedimento estético para aumento do bumbum. Ela passou quase uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, devido a uma embolia pulmonar.

No dia 29, ela recebeu alta da UTI e relatou estar se recuperando bem. "Obrigada por cada oração", expressou Betânia na ocasião. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, ela lamentou ter caído nas mãos de uma pessoa irresponsável.

O laboratório Cosmobeauty, responsável pelo produto de preenchimento que pode ter causado complicações em várias mulheres, emitiu um comunicado solicitando o recolhimento do lote e a suspensão da comercialização. O produto será encaminhado para análise e pesquisa.

A substância utilizada nos procedimentos é uma combinação de ácido hialurônico reticulado e hidroxiapatita de cálcio, descrito como um "ácido hialurônico com um bioestimulador". Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto teve sua notificação como cosmético cancelada em junho do ano passado, o que determinou sua proibição de venda e utilização.

A clínica de estética em Goiânia onde o procedimento foi realizado utilizou o produto sem autorização da Anvisa. A esteticista responsável chegou a afirmar em áudios que nunca havia utilizado aquela substância.

A Polícia Civil iniciou uma investigação sobre a regularidade do produto e encontrou inconsistências nas informações apresentadas pelo fabricante. A delegada Emília Podestà, responsável pelo caso, relatou que pesquisas iniciais revelaram que o produto possuía um número de lote na embalagem que não correspondia ao produto em si. Além disso, o produto comercializado estava sujeito a uma proibição da Anvisa, com ordem de recolhimento.

De acordo com a delegada Emília, outros dois casos envolvendo mulheres que utilizaram o mesmo produto estão sendo investigados. Essas vítimas apresentaram sintomas semelhantes aos de Betânia após o procedimento.

Uma segunda vítima, de 41 anos, teve complicações após o uso do produto e foi internada por dois dias. Apesar disso, ela apresentou melhoras e está se recuperando em casa.

A terceira vítima, também residente em Aparecida de Goiânia, prestou depoimento por videochamada devido à sua internação. "O caso dessa terceira vítima foi um pouco mais grave, ela teve sete paradas cardiorespiratórias, ficou internada na UTI, foi extubada, mas segue internada", relatou a delegada.

Uma quarta vítima foi identificada no Paraná. Após passar mal após o procedimento com o mesmo produto, ela precisou ser internada. Embora já tenha recebido alta hospitalar, continua enfrentando dificuldades respiratórias.

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