Médico de Anápolis denuncia que pacientes morreram a espera de cirurgia cardíaca

A situação preocupante em relação à falta de recursos e suprimentos médicos em Anápolis tem causado indignação e revolta entre a equipe médica e a população. Nos últimos meses, foram registradas cinco mortes de pacientes que aguardavam cirurgias cardíacas no município.

A mais recente vítima, uma paciente de 58 anos, faleceu na última sexta-feira (23) enquanto esperava pela realização do procedimento no Hospital Evangélico Goiano (HEG), pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante ressaltar que a paciente havia obtido autorização judicial para o procedimento, porém, um item essencial estava em falta na cidade: bolsas de sangue.

O renomado cirurgião cardiovascular, Walter Vosgrau, que atua há décadas em Anápolis, expressou sua indignação com a situação, destacando que a morte da paciente poderia ter sido evitada no ano passado. Ele denunciou a falta de suporte adequado aos pacientes cardiológicos e criticou a perda de cinco vidas em tão pouco tempo.

Além da escassez de bolsas de sangue, o fornecimento de materiais cirúrgicos também tem sido uma queixa recorrente por parte do médico. Segundo ele, desde 15 de junho, não está realizando cirurgias no Hospital Evangélico devido à falta de sangue. Além disso, as empresas fornecedoras de materiais cirúrgicos não estão realizando entregas para o SUS.

De acordo com o cirurgião, o Banco de Sangue de Anápolis, ligado à secretária municipal de saúde, Elinner Rosa, não está recebendo os recursos financeiros necessários para aquisição e repasse de sangue aos hospitais. Essa situação tem levado a Prefeitura de Anápolis a encaminhar os pacientes para a rede estadual, se eximindo da responsabilidade de atender a própria população.

Essa transferência de pacientes para outros locais tem afetado a vida de mais de 30 pessoas que foram encaminhadas para receber atendimento em outras regiões. O cirurgião ressalta que Anápolis possui profissionais capacitados, hospitais e condições para resolver esses problemas, mas a Prefeitura opta por transferir os pacientes e destinar recursos para outras áreas.

A situação atual é alarmante e exige medidas urgentes para garantir o suprimento adequado de sangue e materiais cirúrgicos, bem como uma maior responsabilidade por parte das autoridades municipais na busca por soluções que atendam às necessidades da população de Anápolis.

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