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Goiânia, 29/05/24
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Camila Gama sofre complicações após lipoescultura e teve braço direito amputado acima do cotovelo; caso está sendo investigado pela Polícia Civil

Tatuadora tem braço amputado após complicações durante cirurgia plástica em Goiânia

23/06/2023, às 15:05 · Por Redação

Um procedimento estético que tinha como objetivo realizar o sonho da cirurgia plástica se transformou em um pesadelo para a tatuadora goiana Camila Gama, de 41 anos. Após desembarcar em Goiânia, sua cidade natal, para realizar uma lipoescultura, a mulher acabou tendo o braço direito amputado acima do cotovelo devido a complicações graves. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que aguarda o laudo pericial após a realização do exame de corpo de delito. As informações são do portal G1 Goiás.

A tatuadora denunciou o crime de lesão corporal, mas ainda não há informações sobre qual profissional será responsabilizado pelo ocorrido. Por meio das redes sociais, Camila tem compartilhado relatos sobre o incidente. Ela menciona que veio dos Estados Unidos, onde vivia há 8 anos, para o Brasil com o intuito de fazer a cirurgia plástica. No entanto, devido a um suposto erro médico, seu braço foi amputado.

Além de perder uma parte do corpo, a tatuadora também teve sua carreira afetada, uma vez que seu objetivo atual é adquirir uma prótese que custa cerca de R$ 600 mil para poder voltar a tatuar. Segundo Camila, a lipoescultura ocorreu em um hospital particular na capital goiana em 13 de março. Cinco dias após o procedimento, ela começou a sentir-se mal e foi diagnosticada com anemia, recebendo um medicamento intravenoso.

A tatuadora alega que desenvolveu uma trombose devido a um possível erro na aplicação do remédio, o que levou à necessidade de amputação. A defesa de Camila registrou um boletim de ocorrência para apurar a possibilidade de erro médico ou negligência durante o procedimento. Segundo o advogado Fabrício Póvoa, a cliente relata que recebeu um anticoagulante logo após a cirurgia, que, segundo ela, deveria ter sido prescrito com 30 dias de antecedência.

A tatuadora afirma que o médico responsável pela cirurgia plástica esteve ao seu lado durante todo o processo, incluindo a amputação, mesmo não sendo o profissional responsável pelo procedimento em si. Ela afirma que conheceu o médico por meio de indicações e que realizou todos os exames necessários antes da lipoescultura.

Camila relata ter retornado para casa após a cirurgia, mas logo começou a sentir-se mal novamente, o que a levou a retornar ao hospital. Após receber duas bolsas de sangue devido à anemia, ela continuou a se sentir mal e perdeu os movimentos do corpo. A tatuadora foi atendida por um médico plantonista que receitou um medicamento à base de ferro. No entanto, durante a tentativa de aplicação do medicamento, surgiram complicações. Camila relata que as enfermeiras tiveram dificuldade em encontrar a veia e, posteriormente, um anestesista de plantão tentou realizar o procedimento.

Isso resultou em uma situação ainda mais grave, com a mão da tatuadora ficando necrosada. A mãe de Camila entrou em contato com o médico responsável pela cirurgia plástica, que foi até o hospital acompanhado de um cirurgião cardiovascular e uma ambulância. A tatuadora foi transferida para outra unidade de saúde, onde passou por duas cirurgias. No entanto, os médicos não conseguiram reverter a situação e a família decidiu levá-la para uma terceira unidade de saúde.

Após 11 dias na UTI, Camila foi informada de que seria necessário amputar o braço, pois a trombose já estava avançada e se aproximava de órgãos vitais. O procedimento foi realizado do cotovelo para baixo. O hospital em questão afirmou, por meio de nota, que se solidariza com o caso e que prestou os melhores serviços possíveis. Segundo a unidade de saúde, não houve falha no atendimento do médico anestesista nem da equipe de enfermagem responsável pela aplicação do medicamento.

O hospital também destacou que não possui vínculo empregatício com o cirurgião plástico, excluindo qualquer responsabilidade direta da instituição. O anestesista faz parte de uma empresa contratada pelo hospital. A unidade informou que está colaborando com as investigações e que a conduta do médico será avaliada pelas autoridades competentes.

A defesa do cirurgião plástico afirmou que não pode fornecer detalhes técnicos devido ao sigilo médico, mas enfatizou que o que aconteceu com Camila é uma complicação que não está relacionada à cirurgia. O médico está disponível para prestar esclarecimentos às autoridades.


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