Disputa e incertezas marcam fusão entre PTB e Patriota em Goiás

A iminente fusão entre PTB e Patriota tem gerado tensão e dissensões entre os correligionários das legendas em Goiás. Enquanto o Patriota não compõe a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o PTB faz parte do governo estadual. A discussão gira em torno dos possíveis nomes para a nova sigla, que poderá se chamar Mais Brasil (MB) ou Partido da Renovação Democrática (PRD), conforme informações do jornal Opção.

Atualmente, o PTB está presente em 43 municípios goianos, contando com 54 vereadores e 8 vice-prefeitos. Por sua vez, o Patriota possui 26 vereadores. Nos bastidores, a iniciativa de fusão, liderada pelo presidente estadual do Patriota, Jorcelino Braga, é vista como unilateral e tem provocado insatisfação entre os membros dos partidos. Uma ala do PTB não concorda com a fusão.

O receio é que ocorra uma debandada de filiados e parlamentares para outras siglas. Em conversas com prefeitos e lideranças, o temor se baseia na "insegurança que o partido traz para os diretórios municipais". "Estamos a aproximadamente um ano das convenções para as eleições municipais e ainda não há sequer uma data para a concretização da fusão entre os partidos", disse uma liderança ao Opção.

Com a entrada da deputada federal Magda Mofatto no Patriota, o temor de dispersão se intensifica. Magda declarou que assumirá a presidência estadual da sigla, embora faça oposição à base governista. 

Caso a fusão se concretize, há um acordo circulando nos bastidores. No primeiro biênio, a presidência nacional ficaria sob a responsabilidade do ex-deputado federal Ovasco Roma, enquanto no segundo biênio assumiria Marcos Vinicius Nescau, ex-genro de Roberto Jefferson.

Em Goiás, Jorcelino Braga poderá ocupar o cargo de secretário-geral. A recém-filiada deputada federal Magda Mofatto deverá assumir a presidência. Jorcelino afirmou que "assuntos relacionados ao Patriota em Goiás devem ser tratados com a deputada federal Magda Mofatto, que será a presidente do Diretório Regional de Goiás".

A fusão partidária surge após ambas as siglas não terem conseguido atingir a cláusula de desempenho nas eleições de 2022, o que garante acesso ao Fundo Partidário, tempo de TV e estrutura na Câmara dos Deputados. Segundo a cláusula de barreira, os partidos devem eleger pelo menos 11 deputados federais em nove estados ou obter no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados.

Diante do anúncio da fusão, cinco dirigentes do PTB entraram com uma ação na Justiça Eleitoral solicitando a impugnação do registro de criação do partido "Mais Brasil" - fruto da união entre PTB e Patriota. No documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os dirigentes alegam discordância em relação à junção das duas legendas e ainda afirmam que a convenção nacional do PTB em 2022 foi fraudada.

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