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Goiânia, 29/05/24
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Marcus Vinícius Alves Barreira, o Romário, ex-jogador do Vila Nova diz não poder se deslocar de Goiânia à capital federal para ser ouvido pelos deputados

Romário alega falta de dinheiro para ir a Brasília e não depõe na CPI da Manipulação de Resultados

14/06/2023, às 15:25 · Por Redação

Marcus Vinícius Alves Barreira, o Romário, alegou não ter condições financeiras para se deslocar de Goiânia, onde mora, até Brasília e não deu depoimento na CPI da Manipulação de Resultados nesta terça-feira, 13, na Câmara dos Deputados. Convocado na condição de investigado, o ex-jogador do Vila Nova não havia sido encontrado pela secretaria da CPI até a última segunda-feira, 12.

Até que seu advogado, Odair de Meneses, enviou um e-mail à Comissão nesta terça-feira argumentando que o atleta não tem dinheiro para ir de Goiânia à capital federal porque está "desempregado e sem auferir qualquer rendimento" desde que foi deflagrada a Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). Uma passagem de ônibus de Goiânia com destino a Brasília custa a partir de R$ 40. São pouco mais de 200 quilômetros entre uma cidade e outra percorrido, de ônibus, em cerca de três horas e meia. Há bilhetes promocionais vendidos por R$ 30 na internet.

A defesa, então, pediu que Romário dê depoimento remotamente, por chamada de vídeo, e forneceu dois números telefônicos do atleta. A sugestão havia sido aceita pela liderança da CPI depois que o presidente, Júlio Arcoverde (PP-PI), o segundo vice-presidente, Daniel Agrobom (PL-GO), e o relator, Felipe Carreras (PSB-PE) se reuniram antes do início da sessão desta terça.

No entanto, o depoimento do atleta ficou para a próxima semana. A Comissão vai bancar o transporte de Romário a ida e a volta de Brasília para que ele seja interrogado presencialmente no encontro da semana que vem. "Ele alegou que não tem recursos para vir de Goiânia para Brasília, como a CPI tem recursos, nós teremos ele na próxima semana para ouvirmos presencialmente, porque é um atleta primordial para entender o processo", disse Carreras.

Romário foi apontado pelo MPGO como o pivô do esquema fraudulento. Segundo os promotores, o atleta recebeu dinheiro dos apostadores para cometer um pênalti em duelo com o Sport, pela última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022, mas não foi relacionado para a partida. Por isso, passou a procurar outros atletas para participarem do esquema. Ele já foi julgado na Justiça desportiva e acabou banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Eduardo Bauermann, outro convocado na condição de investigado a depor, recorreu ao Superior Tribunal Federal (STF) e conseguiu decisão favorável. O ministro André Mendonça concedeu habeas corpus ao zagueiro do Santos, desobrigando o atleta a prestar depoimento perante os deputados na CPI.

A audiência pública da CPI desta terça-feira terá depoimentos de Ronei Ferreira de Freitas, presidente da Federação Goiana de Futebol, Cleyton Pereira dos Anjos, ex-presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol de Goiás, e Júlio César Garcias, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás. Júlio César Motta, presidente da Comissão de Arbitragem de Goiás, não irá comparecer e justificou sua ausência.

Os parlamentares também vão votar nove requerimentos de convocação e convite de representantes de casas de apostas, ainda que as plataformas tenham sido tratadas, até o momento, como vítimas no esquema fraudulento de manipulação de resultados em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e de Estaduais deste ano.


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